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04/06/2003 - 10h38

Organizador de show no Paraná entrará com pedido de habeas corpus

da Folha Online

Os advogados do promotor de eventos Athayde Oliveira Neto, 22, responsável por organizar o show "Unidos pela Paz", que deixou três mortos e 25 feridos no Jockey Club de Curitiba (PR), no último sábado, entrarão com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Alçada Criminal.

Com prisão temporária de cinco dias decretada sob acusação de homicídio culposo (sem intenção), Oliveira Neto permanece foragido. No entanto, segundo o advogado Raul de Cassius Rangel, independentemente do resultado da análise do habeas corpus pela Justiça, o rapaz se entregará até sexta-feira.

No pedido, a defesa alegará que a polícia sabia da ocorrência do evento, o que é negado pela corporação. "Vamos mostrar que as autoridades tinham conhecimento do fato", disse o advogado.

Capacidade

Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados.

Segundo o superintendente da Delegacias de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.

Tumulto

Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas estavam no local.

Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões. Três adolescentes morreram pisoteados. Até mesmo uma cadeira de rodas foi encontrada quebrada na área.

Acionada, a PM deslocou todo o efetivo de plantão que não estava em ocorrência grave --mais de cem homens.

'Os adolescentes que estavam fora tinham ingresso e queriam entrar de qualquer jeito. Isso gerou um tumulto enorme. Algumas pessoas foram pisoteadas e esmagadas', disse o tenente Valdecir Capelli, do setor de comunicação da Polícia Militar.

Segundo ele, os policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.

Negligência

Alguns seguranças foram detidos, ouvidos pela polícia e liberados. Eles contaram que foram contratados de última hora pelo promotor Oliveira Neto. "Foi uma total negligência por parte do promotor", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira.

O show não foi interrompido durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
 

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