Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/06/2003 - 12h41

Polícia não acredita em ligação entre mortes de jornalista e juiz

da Folha Online

A polícia de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo) não acredita que o assassinato da jornalista Melissa Corrêa, 22, tenha ligação com a morte do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, 47, como chegou a ser cogitado. Dias foi assassinado em março deste ano, também em Presidente Prudente.

De acordo com a delegada-titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Ieda Maria Cavali Silgueiras, todas as hipóteses estão sendo investigadas, mas "tudo leva a crer que foi um crime de latrocínio (roubo seguido de morte)". O carro e o celular da vítima foram roubados.

Segundo Ieda, a família de Melissa disse que ela não havia recebido ameaças, e que nada de "anormal estava acontecendo com a vítima."

A delegada afirmou que a testemunha, o motorista que levou o assassino da jornalista até o Mato Grosso do Sul, está sendo ouvida nesta tarde e não confirmou até o momento se o criminoso disse, durante o percurso até o outro Estado, se o crime contra Melissa tinha relação com o assassinato do juiz.

Crime

Melissa foi encontrada morta na tarde de ontem, no Balneário da Amizade, que fica entre as cidades de Presidente Prudente e Álvares Machado (578 km a oeste de São Paulo). A vítima, que trabalhava no jornal "Oeste Notícias", foi morta com um tiro no ouvido.

De acordo com o delegado-assistente da DIG de Presidente Prudente, Cacildo Galindo, Melissa deixou a mãe no jornal por volta das 13h e foi estacionar o carro, um Uno. Às 13h30 ela foi vista por um colega de trabalho dentro de seu veículo, no banco do passageiro, que estava sendo guiado por um homem desconhecido.

A jornalista foi levada para o Balneário da Amizade pelo criminoso. A polícia suspeita que ela tenha reagido a alguma atitude do assaltante, quando levou um tiro no ouvido. Melissa chegou a ser levada para a Santa Casa de Presidente Prudente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro médico.

Fuga

O assassino fugiu com o carro da vítima por uma estrada de terra, mas o combustível acabou e ele parou um outro veículo que passava no local para pedir ajuda.

O criminoso abordou o motorista com um revólver calibre 32, e, dizendo que havia matado uma pessoa, obrigou-o a levá-lo para o Mato Grosso do Sul, por meio de estradas de terra.

De acordo com Galindo, quando chegaram no Mato Grosso do Sul, o assaltante arrancou a primeira página da agenda do motorista, com todos os seus dados pessoais, e disse que se ele chamasse a polícia, ele voltaria para matá-lo. Com medo, a testemunha, que não teve o nome revelado, acionou a polícia.

Latrocínio

Segundo a testemunha, o criminoso aparenta ter cerca de 30 anos, é de estatura baixa, branco e tem barba por fazer.

A DIG de Presidente Prudente fez contato com a polícia de Mato Grosso do Sul. Para a delegada, tudo leva a crer que o assassino seja de Presidente Prudente. "Acredito que seja um criminoso comum. No entanto, nenhuma hipótese pode ser descartada até a conclusão das investigações."

O caso está sendo investigado pela DIG de Presidente Prudente e de Álvares Machado.

Juiz

O juiz-corregedor de presídios Antonio José Machado Dias foi assassinado no dia 14 de março em Presidente Prudente.

Ele era responsável por conceder transferências e benefícios aos presos da região, inclusive aos da penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde estão integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O juiz foi baleado por ocupantes de um Fiat Uno, que fecharam seu carro pouco depois de ele deixar o fórum. Ele levou dois tiros.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página