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05/06/2003 - 23h45

Supostas vítimas do Celobar podem processar laboratório

ADRIANA CHAVES
da Agência Folha

Familiares de vítimas que podem ter morrido em decorrência do uso do contraste Celobar aguardam os resultados dos laudos para resolver se processarão o laboratório Enila, fabricante do produto. O Ministério Público de Goiás também analisa a viabilidade de entrar com uma indenização conjunta na Justiça.

O escriturário Eduardo Alves de Macedo, 28, disse que só pedirá reparação se ficar comprovado que o medicamento foi responsável pela morte de sua mãe, a cabeleira Aldenora Izídio da Silva, 56. Ela passou mal após fazer um raio-X para avaliação de uma cirurgia de esôfago realizada havia quase dois anos.

"Os indícios são muito fortes porque ela era uma pessoa saudável e a evolução dos sintomas foi muito rápida. Minha mãe fez o exame às 10h do dia 23 e morreu às 13h do dia seguinte, depois de ter vômitos, diarréia, transpiração intensa, fortes dores abdominais e perda da consciência", disse Macedo.

O caso do aposentado Antônio de Oliveira e Silva, 67, não foi diferente. Segundo seu filho Elman Fernandes de Oliveira, 38, o pai reclamou de um "gosto ruim" na boca ao sair da radiografia cardíaca, no dia 21.

"No decorrer da tarde, ele sentiu arrepios, dores de estômago, teve vômitos, diarréia e foi perdendo as forças. Quando o levamos para o hospital, na manhã do dia 22, ele não conseguia nem abotoar a camisa. Entrou na UTI sem conseguir falar, quase se respiração e morreu antes do meio-dia", afirmou Oliveira.

O comerciante Paulo Augusto Almeida de Lima, 38, contou que o pai, Otávio Gonçalves de Lima, 63, teve duas paradas cardíacas antes de morrer, no dia 22. "Ele foi perdendo a coordenação motora, teve diarréia e vômitos."

"Meu pai tinha uma saúde perfeita, fez esse exame no esôfago apenas para controle. É inadmissível uma coisa dessas, não podemos cruzar os braços. Uma indenização fica até em segundo plano, mas vamos exigir a punição dos culpados", disse Lima.

O superintendente da Polícia Científica de Goiás, Décio Marinho, informou que aguarda resposta de outros laboratórios para encaminhar as vísceras das vítimas para análise fora do Estado.

A Superintendência da Vigilância Sanitária e Ambiental já começa a estudar um antídoto para tratar as cinco vítimas internadas com sintomas de contaminação.


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