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05/06/2003 - 23h14

Arcanjo fica em silêncio durante audiência em Montevidéu

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Montevidéu

Seguindo a estratégia de seus defensores, João Arcanjo Ribeiro, 52, o "comendador Arcanjo", não respondeu às perguntas feitas pela acusação na audiência hoje em Montevidéu (Uruguai).

Arcanjo seria ouvido pelas acusações em crimes de lavagem de dinheiro, homicídio, contrabando, porte ilegal de armas e crime contra o sistema financeiro no Brasil.

Um grande aparato policial foi montado pela polícia uruguaia para levar Arcanjo e a mulher dele até o 10º Turno Judicial de Montevidéu. Ele e a mulher, Sílvia Chirata, chegaram ao fórum algemados e com 15 minutos de diferença.

Para ouvir o casal e o uruguaio Adolfo Oliveiro Sensini, acusado de ser testa-de-ferro de Arcanjo no Uruguai, estavam dois procuradores da República, Guilherme Schelb e Pedro Taques, e os juízes federais César Augusto Pears e Julier Sebastião da Silva.

Os juízes, com auxílio do Ministério Público Federal, haviam relacionado 182 perguntas para serem feitas a Arcanjo. Ele, no entanto, invocou o artigo 20 da Constituição uruguaia --que defende o direito do acusado de permanecer calado-- e não respondeu às questões.

Luis Norando, defensor uruguaio de Arcanjo, disse que o pedido de audiência "é uma prova de que a Justiça brasileira não tinha fundamento para as acusações e buscava evidências na audiência. Isso impossibilita que o Uruguai cumpra o pedido de extradição para o Brasil".

Pelo tratado de extradição entre Brasil e Uruguai, de 27 de dezembro de 1916, um país só pode cumprir um pedido de extradição quando fundamentado em acusações já comprovadas pela Justiça.

Para os representantes do Ministério Público e da Justiça Federal brasileira, o silêncio de Arcanjo não interrompe os processos contra ele no Brasil. "Ele tinha o direito de se defender ou ficar calado. A existência da audiência acelera agora os processo no Brasil", disse o juiz Sebastião da Silva.

Prisão

João Arcanjo Ribeiro e a mulher foram presos em abril, em um bairro residencial de Montevidéu, no Uruguai.

O "comendador" é apontado como chefe de uma organização criminosa de Mato Grosso, com ramificações no Paraná, São Paulo, Minas e Rio. Ele é acusado pela Justiça brasileira de contrabando, formação de quadrilha, corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e homicídio.

Arcanjo estava na lista da Interpol e era procurador em 180 países.
 

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