Publicidade
Publicidade
10/06/2003
-
19h32
da Folha Online
O Tribunal de Justiça do Paraná concedeu na tarde de hoje habeas corpus ao empresário Athayde de Oliveira Neto, 23, proprietário da empresa que realizou no dia 31 de maio o show de rock "Unidos pela Paz", no Jockey Club, em Curitiba, onde três pessoas morreram e 25 ficaram feridas.
Em seu despacho, o desembargador Jesus Sarrão, sustentou que a liberdade de Oliveira Neto "não influenciará no depoimento das testemunhas, sendo que as mais importantes já foram ouvidas, nem prejudicará a descoberta da verdade real".
Oliveira Neto está foragido desde o dia do show. Ele teve a prisão temporária decretada e foi indiciado por homicídio doloso e por lesões corporais. Segundo Sarrão, o deferimento do habeas corpus não significa que o acusado "poderá permanecer foragido, pois, caso isto ocorra, poderá o magistrado de primeiro grau decretar-lhe a prisão preventiva para garantir a aplicação da lei penal".
O superintendente da Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, é contra a decisão. "Isso abre precedentes para que outras pessoas venham realizar shows na cidade, matar mais cinco, e achar que está tudo bem, pois não vai ser punida", disse.
Ingressos
O show não tinha alvará autorizando sua realização, não foi informado à Polícia Militar e não atendia a recomendação do Ministério Público, de que o espaço não era seguro para eventos de massa.
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que representa Oliveira Neto, afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões.
Policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
Justiça concede habeas corpus a responsável por show em Curitiba
CARLOS FERREIRAda Folha Online
O Tribunal de Justiça do Paraná concedeu na tarde de hoje habeas corpus ao empresário Athayde de Oliveira Neto, 23, proprietário da empresa que realizou no dia 31 de maio o show de rock "Unidos pela Paz", no Jockey Club, em Curitiba, onde três pessoas morreram e 25 ficaram feridas.
Em seu despacho, o desembargador Jesus Sarrão, sustentou que a liberdade de Oliveira Neto "não influenciará no depoimento das testemunhas, sendo que as mais importantes já foram ouvidas, nem prejudicará a descoberta da verdade real".
Oliveira Neto está foragido desde o dia do show. Ele teve a prisão temporária decretada e foi indiciado por homicídio doloso e por lesões corporais. Segundo Sarrão, o deferimento do habeas corpus não significa que o acusado "poderá permanecer foragido, pois, caso isto ocorra, poderá o magistrado de primeiro grau decretar-lhe a prisão preventiva para garantir a aplicação da lei penal".
O superintendente da Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, Neimir Cristóvão, é contra a decisão. "Isso abre precedentes para que outras pessoas venham realizar shows na cidade, matar mais cinco, e achar que está tudo bem, pois não vai ser punida", disse.
Ingressos
O show não tinha alvará autorizando sua realização, não foi informado à Polícia Militar e não atendia a recomendação do Ministério Público, de que o espaço não era seguro para eventos de massa.
Há suspeitas de que foram vendidos mais ingressos do que a capacidade permitida. Milhares de pessoas que estavam com os bilhetes ficaram do lado de fora do Jockey e tentaram entrar. Portões de ferro foram quebrados, houve briga e empurra-empurra.
Segundo Cristóvão, a empresa teria autorização para realizar um show para 20 mil pessoas, mas aproximadamente 30 mil estavam no local.
O advogado Carlos Humberto Fernandes da Silva, que representa Oliveira Neto, afirma que o clube tem capacidade para 50 mil pessoas e que a organização adotou todas as medidas necessárias para o evento.
Tumulto
Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do Jockey, lotado. Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões.
Policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.
Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice