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11/06/2003 - 20h00

Empresário responsável por show no PR onde três morreram é preso

CARLOS FERREIRA
da Folha Online

O empresário Athayde de Oliveira Neto, 23, proprietário da empresa que realizou no dia 31 de maio o show de rock "Unidos pela Paz", no Jockey Club, em Curitiba, onde três pessoas morreram e 25 ficaram feridas, foi preso hoje logo após prestar depoimento na Promotoria de Investigações Criminais.

Ele estava foragido havia dez dias pois tinha pedido de prisão temporária decretada pelas acusações de homicídio doloso e lesões corporais. Ele só apareceu para prestar depoimento pois na noite de ontem o desembargador Jesus Sarrão lhe concedeu habeas corpus.

Agora, ele teve a prisão preventiva decretada e, assim que terminou de depor, recebeu voz de prisão. Oliveira Neto foi encaminhado na mesma hora para o COT (Centro de Observação e Triagem), que fica no presídio do Ahú, em Curitiba.

O advogado do acusado, Raul Rangel, criticou a forma como foi feita a prisão. "A prisão foi feita de surpresa. Os promotores alegam que ele estaria conturbando a ordem pública, o que não pe verdade", disse. Rangel disse que entrará com pedido de habeas corpus já nesta quinta-feira.

Ainda segundo o advogado, Oliveira Neto, que vinha sendo considerado foragido, permaneceu durante os dez dias em sua casa, em Curitiba. "A polícia foi à casa dele apenas uma vez e ele não estava. Ele estava na casa de uma tia. Depois voltou e não saiu de lá."

Depoimento

Rangel informou que no depoimento, Oliveira Neto assumiu ser o único responsável pela realização do show e que não tem sociedade com o amigo, Luiz Fernando Pimentel Mussi, que teria apenas aberto um espaço no canal 21, de propriedade de sua família, como forma de patrocínio.

O acusado teria afirmado ainda que foram postos 21.100 ingressos à venda e que o jockey teria capacidade para receber cerca de 35 mil. "Segundo meu cliente, havia muitas pessoas no local sem ingresso e que forçaram a entrada, tomando o lugar de pessoas que tinham o ingresso. Por isso surgiu o boato de que foram postos mais ingressos à venda do que o permitido. A Polícia Militar não conseguiu conter o público", disse Rangel.

Tumulto

Os portões foram abertos para os shows de quatro bandas --Charlie Brown Jr., Raimundos, Tihuana e Natiruts-- às 19h. Por volta das 21h30, os grupos se apresentavam quando milhares de pessoas ainda aguardavam do lado de fora do jockey, lotado. Revoltados, os que estavam do lado de fora empurraram e arrebentaram os portões.

Policiais tiveram de fazer um cordão de isolamento ao redor dos portões para afastar o público e permitir que os bombeiros prestassem socorro às vítimas.

Os shows não foram interrompidos durante o tumulto. Segundo a polícia, se o evento fosse cancelado, o público ficaria mais revoltado e a tragédia poderia ser maior.
 

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