Publicidade
Publicidade
16/06/2003
-
03h56
A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária do Rio vão investigar os casos de pacientes que teriam perdido parcial ou totalmente a visão depois de serem submetidos a cirurgias de retirada de catarata em hospitais do Estado.
As suspeitas recaem sobre dois medicamentos utilizados durante as cirurgias e que poderiam estar contaminados por bactérias: o Methyl Lens Hypac 2%, do laboratório Lenssurgical Oftalmologia, que teve ordem de recolhimento expedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em fevereiro, por não ter registro no Ministério da Saúde; e o Oftvisc, do laboratório Oftvision, que teve dois lotes suspensos em abril por contaminação.
Os dois produtos contêm metilcelulose, uma substância viscosa usada para manter o formato do olho durante a cirurgia.
A coordenadora-geral de fiscalização sanitária do Rio, Maria de Lourdes Moura, disse que, se as denúncias forem comprovadas, os hospitais onde houve os casos podem ser responsabilizados.
O Methyl Lens Hypac 2% teria sido utilizado em janeiro e fevereiro deste ano em dois pacientes na Santa Casa da Misericórdia, no Rio, e numa clínica particular de Niterói. Os dois estabelecimentos serão investigados também pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública.
"O registro dos medicamentos e das empresas que os produzem é publicado no "Diário Oficial" da União e deve ser checado pelo gestor do hospital", afirmou Lourdes. Ela disse desconhecer problemas semelhantes ocorridos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde cinco pessoas teriam perdido a visão depois do uso do Oftvisc. Nenhum caso foi notificado à Vigilância Sanitária.
O advogado Alessandro de Paula Freitas, que representa os dois pacientes da Santa Casa, disse que o filho de um deles possui uma ampola do medicamento com um número de registro no Ministério da Saúde --que ele agora avalia ser falsificado. A Mediphacos (empresa que comercializou um lote do Methyl Lens Hypac 2%) também informou que havia um número de registro nas caixas. "Nossa empresa foi tão enganada quanto os hospitais e pacientes", disse Marcelo Soares, presidente da empresa.
Segundo ele, a Mediphacos notificou a Anvisa e encomendou testes em dois laboratórios em janeiro, assim que recebeu a informação de que o produto poderia estar contaminado.
Perda de visão no Rio após uso de medicamentos será investigada
Free lance para a Folha de S.PauloA Polícia Civil e a Vigilância Sanitária do Rio vão investigar os casos de pacientes que teriam perdido parcial ou totalmente a visão depois de serem submetidos a cirurgias de retirada de catarata em hospitais do Estado.
As suspeitas recaem sobre dois medicamentos utilizados durante as cirurgias e que poderiam estar contaminados por bactérias: o Methyl Lens Hypac 2%, do laboratório Lenssurgical Oftalmologia, que teve ordem de recolhimento expedida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em fevereiro, por não ter registro no Ministério da Saúde; e o Oftvisc, do laboratório Oftvision, que teve dois lotes suspensos em abril por contaminação.
Os dois produtos contêm metilcelulose, uma substância viscosa usada para manter o formato do olho durante a cirurgia.
A coordenadora-geral de fiscalização sanitária do Rio, Maria de Lourdes Moura, disse que, se as denúncias forem comprovadas, os hospitais onde houve os casos podem ser responsabilizados.
O Methyl Lens Hypac 2% teria sido utilizado em janeiro e fevereiro deste ano em dois pacientes na Santa Casa da Misericórdia, no Rio, e numa clínica particular de Niterói. Os dois estabelecimentos serão investigados também pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública.
"O registro dos medicamentos e das empresas que os produzem é publicado no "Diário Oficial" da União e deve ser checado pelo gestor do hospital", afirmou Lourdes. Ela disse desconhecer problemas semelhantes ocorridos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde cinco pessoas teriam perdido a visão depois do uso do Oftvisc. Nenhum caso foi notificado à Vigilância Sanitária.
O advogado Alessandro de Paula Freitas, que representa os dois pacientes da Santa Casa, disse que o filho de um deles possui uma ampola do medicamento com um número de registro no Ministério da Saúde --que ele agora avalia ser falsificado. A Mediphacos (empresa que comercializou um lote do Methyl Lens Hypac 2%) também informou que havia um número de registro nas caixas. "Nossa empresa foi tão enganada quanto os hospitais e pacientes", disse Marcelo Soares, presidente da empresa.
Segundo ele, a Mediphacos notificou a Anvisa e encomendou testes em dois laboratórios em janeiro, assim que recebeu a informação de que o produto poderia estar contaminado.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice