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18/06/2003
-
23h41
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Prostitutas confirmaram nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, participação de policiais militares e civis no tráfico de drogas, extorsão e assassinato de garotas de programa no centro de Belo Horizonte.
Na segunda-feira, sete detetives e três carcereiros tiveram a prisão preventiva decretada, a pedido da Corregedoria Geral da Polícia Civil, sob acusação de formação de quadrilha e facilitação de tráfico.
Dos nove que se apresentaram --um está foragido--, seis foram reconhecidos por duas testemunhas. A corregedoria solicitou à Justiça revogação da prisão dos três policiais que não foram reconhecidos.
A suposta rede de tráfico de drogas é investigada desde 30 de maio, após denúncia de que policiais comandariam a venda de entorpecentes no centro e seriam responsáveis pela morte de cinco prostitutas somente neste ano na capital. Comissão, Ministério Público e corregedorias das polícias Militar e Civil apuram o caso.
Quatro prostitutas, que estavam encapuzadas e não tiveram a identidade revelada, prestaram depoimento hoje aos deputados da comissão. Todas confirmaram a responsabilidade de policiais militares e, principalmente, civis pela cobrança de propinas de traficantes e donos de prostíbulos.
Segundo elas, prostitutas foram assassinadas por estar ligadas ao tráfico, como usuárias ou traficantes. "Morreram porque sabiam demais", disse uma delas. "Eles [policiais] abafam as mortes, falam que foram os clientes. São mais de cinco mortes [no ano]", afirmou outra.
Apontaram ainda os detetives --e irmãos-- Kennedy Mendes da Silva e Francisco Antônio Félix, o China, como líderes da suposta quadrilha. Ambos estão presos desde segunda-feira e respondem a processos na Justiça por tentativa de homicídio, abuso de autoridade, crime contra a administração pública, entre outras infrações.
De acordo com as prostitutas, policiais também estariam envolvidos em assassinatos que ocorreram na região metropolitana de Belo Horizonte entre 1999 e 2001, quando pelo menos 16 mulheres foram encontradas mortas.
Três depoentes afirmaram que um inspetor da Polícia Civil é dono de um prostíbulo no centro da capital, situação que se repetiria, segundo as testemunhas, entre delegados e juízes.
A assessoria da Polícia Civil informou que não poderia comentar os depoimentos de ontem porque ainda não havia recebido comunicado formal sobre o assunto.
Prostitutas confirmam envolvimento de policiais de MG em crimes
THIAGO GUIMARÃESda Agência Folha, em Belo Horizonte
Prostitutas confirmaram nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, participação de policiais militares e civis no tráfico de drogas, extorsão e assassinato de garotas de programa no centro de Belo Horizonte.
Na segunda-feira, sete detetives e três carcereiros tiveram a prisão preventiva decretada, a pedido da Corregedoria Geral da Polícia Civil, sob acusação de formação de quadrilha e facilitação de tráfico.
Dos nove que se apresentaram --um está foragido--, seis foram reconhecidos por duas testemunhas. A corregedoria solicitou à Justiça revogação da prisão dos três policiais que não foram reconhecidos.
A suposta rede de tráfico de drogas é investigada desde 30 de maio, após denúncia de que policiais comandariam a venda de entorpecentes no centro e seriam responsáveis pela morte de cinco prostitutas somente neste ano na capital. Comissão, Ministério Público e corregedorias das polícias Militar e Civil apuram o caso.
Quatro prostitutas, que estavam encapuzadas e não tiveram a identidade revelada, prestaram depoimento hoje aos deputados da comissão. Todas confirmaram a responsabilidade de policiais militares e, principalmente, civis pela cobrança de propinas de traficantes e donos de prostíbulos.
Segundo elas, prostitutas foram assassinadas por estar ligadas ao tráfico, como usuárias ou traficantes. "Morreram porque sabiam demais", disse uma delas. "Eles [policiais] abafam as mortes, falam que foram os clientes. São mais de cinco mortes [no ano]", afirmou outra.
Apontaram ainda os detetives --e irmãos-- Kennedy Mendes da Silva e Francisco Antônio Félix, o China, como líderes da suposta quadrilha. Ambos estão presos desde segunda-feira e respondem a processos na Justiça por tentativa de homicídio, abuso de autoridade, crime contra a administração pública, entre outras infrações.
De acordo com as prostitutas, policiais também estariam envolvidos em assassinatos que ocorreram na região metropolitana de Belo Horizonte entre 1999 e 2001, quando pelo menos 16 mulheres foram encontradas mortas.
Três depoentes afirmaram que um inspetor da Polícia Civil é dono de um prostíbulo no centro da capital, situação que se repetiria, segundo as testemunhas, entre delegados e juízes.
A assessoria da Polícia Civil informou que não poderia comentar os depoimentos de ontem porque ainda não havia recebido comunicado formal sobre o assunto.
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