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16/08/2000 - 20h36

Polícia é recebida a tiros em área de São Bernardo que foi "sitiada" por traficantes

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da Folha de S.Paulo

A polícia enfrentou tiroteio durante a ocupação da favela Ferreira, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), nesta quarta-feira (16), a mesma onde traficantes impuseram toque de recolher no comércio local, anteontem, em sinal de luto pela morte de um dos supostos integrantes da quadrilha.

Os tiros começaram logo após o secretário da Segurança Pública do Estado, Marco Vinicio Petrelluzzi, deixar o lugar, por volta das 16h. Ele havia prometido aos comerciantes que a polícia permaneceria ali até que o problema das ameaças fosse resolvido.

O delegado-geral da Polícia Civil Marco Antonio Desgualdo e o coronel Rui César Melo, comandante-geral da Polícia Militar, estavam a cerca de 15 quarteirões do local onde o tiroteio começou. Não houve feridos.

Segundo a polícia, um rapaz armado atirou contra uma das equipes que fazia varredura em barracos e fugiu em seguida para dentro da favela, que estava cercada por 300 policiais civis e militares. Ninguém foi preso.

A ocupação foi deflagrada um dia após o comércio ao longo da avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, no centro da cidade, fechar as portas com medo dos traficantes. Homens armados em um carro teriam percorrido os estabelecimentos avisando que eles deveriam fechar as portas.

Ontem, houve o enterro do ajudante de pedreiro Wagner José dos Santos, 18, conhecido como Juca, apontado pela polícia como cooperador do tráfico. Ele estava sendo acusado de matar um sargento da Polícia Militar, mas foi assassinado dentro da cadeia de São Bernardo do Campo.

Nem o reforço do policiamento antes do enterro do ajudante de pedreiro impediu que o comércio fechasse mais cedo.

É a terceira favela sob toque de recolher na Grande São Paulo em apenas dez meses. Os dois primeiros casos ocorreram no complexo Heliópolis, na capital, onde vivem cerca de 90 mil pessoas.

Nessa área, a polícia acredita que grupos de traficantes estavam lutando entre si em disputa por espaço e vingança.

"A polícia não sai daqui enquanto não prender os envolvidos", disse o secretário.

Pela primeira vez, Petrelluzzi admitiu de imediato a possibilidade de existir uma disputa por prestígio entre grupos ligados ao comércio de drogas.

Saturando

Normalmente, dez carros da Polícia Militar cuidam da área da favela. Ontem, só da PM, havia 21, mais a cavalaria, que passou boa parte da manhã no local.

"Primeiro a gente vem, ocupa, satura e deixa equipes no local", afirmou o delegado-geral.

A área com problema abrange três favelas, que se fundiram em razão do crescimento acelerado: Ferreira, Esmeralda e Noiama.

Ontem, não havia prazo definido para a saída da polícia nem seria divulgado o número de policiais a permanecer no local.

Durante o dia, as equipes visitaram barracos que teriam servido como cativeiro em sequestros e de esconderijo para assaltantes.

Ao fim da operação, ontem à noite, a polícia havia encontrado duas pistolas _uma calibre 380 com mira laser e uma 7,65 usada no tiroteio_, 17 papelotes de cocaína e um caminhão roubado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os policiais estão identificando os autores das ameaças, mas não foram divulgados detalhes sobre eles.

No bairro, moradores e comerciantes fogem do assunto ao serem questionados sobre o toque de recolher, com medo.

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