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16/08/2000 - 21h04

Com medo, lojistas de São Bernardo fecham portas

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da Folha de S.Paulo

"Quero justiça! Meu filho não é traficante", disse a doméstica Josefa Maria dos Santos, 41, mãe do suposto traficante cujo assassinato foi responsável pelo toque de recolher, anteontem em São Bernardo do Campo.
"Não houve pressão. Os comerciantes fecharam as portas porque quiseram, por respeito e amizade", afirmou o pai, Pedro Ferreira dos Santos, 41, motorista.
O proprietário de uma padaria da avenida Humberto de Alencar Castelo Branco afirmou que não houve pressão para que ele fechasse o estabelecimento entre 10h e 13h de anteontem, mas não quis ser fotografado.
Outra comerciante que não quis se identificar foi a proprietária de uma loja de tintas. "Quando vi todo mundo abaixando as portas, fiz o mesmo. Fiquei com medo. Peguei a minha filha e fui embora sem perguntar nada."

Nobuhisa Oishi, 51, também fechou sua pastelaria anteontem porque sentiu medo. "Disseram que morreu um traficante e que tinha que respeitar. Se não fizesse, não podia mais abrir. Imagina se eu ia brigar com eles."

"Chegou um rapaz perguntando se podia fechar porque tinha falecido um parceiro dele. Já tinham passado no vizinho. Tratamos de fechar rapidinho", disse a proprietária de uma loja de materiais de construção.

Apesar de a maioria dos comerciantes se negar a falar sobre traficantes, todos os entrevistados pela reportagem ontem afirmaram que, se fosse feito um outro "pedido", as lojas seriam fechadas.

"Os traficantes protegem mais a gente do que a polícia", disse Soraia Pinheiro Pinto, 36, proprietária de uma loja de animais.

"Já aconteceu de morrer gente conhecida aqui e nunca fechou o comércio", disse a dona de uma loja de roupas.

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