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16/08/2000
-
21h20
GIULIANA ROVAI
da Folha Online
O prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares (PPS), disse que "a atuação da Polícia Civil na cidade é passiva. "A Polícia Civil é revoltante. Não existe uma atuação sistemática contra o crime organizado, eles só atendem ocorrências".
Soares afirma que o número do efetivo policial da cidade está em "franca desvantagem" em comparação a outras cidades do mesmo porte, como Ribeirão Preto e São José dos Campos, por exemplo. Ele afirma que o efetivo da polícia na região, tanto civil como militar, é muito menor do que nessas outras cidades.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, São Bernardo tem 702 policiais para aproximadamente 1 milhão de habitantes. Ribeirão Preto tem 918 policiais e 500 mil habitantes e São José dos Campos 349 policiais para cerca de 550 mil habitantes. A Polícia Civil não forneceu os dados.
Soares também disse que a polícia sabe onde morem os traficantes e não faz nada para prendê-los.
"Não quero falar do governador (Mário Covas), porque ele é admirável, mas a verdade é que já reclamei sobre o número do efetivo policial diversas vezes como o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, e com o próprio governador".
O prefeito e atual candidato à reeleição disse que a prefeitura já fez tudo que podia fazer para conter a violência na cidade. "Tudo que eu podia fazer pela segurança já fiz, mas aceito sugestões", afirmou o prefeito.
Soares disse que criou a Guarda Municipal, bases comunitárias de segurança e está instalando, em parceria com a iniciativa privada, 450 câmeras para monitorar o trânsito e auxiliar na segurança. Ele também diz ter trocado a iluminação da cidade e urbanizado favelas.
Além de criticar a atuação da Polícia Civil na cidade, o prefeito também disse que a prefeitura "empresta" funcionários pagos pelos cofres do município à corporação, além de pagar três imóveis utilizados pela força policial.
De acordo com ele, o aluguel dos três imóveis custa cerca de R$ 6.000 à Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Ontem, traficantes da cidade impuseram um "toque de recolher" no bairro de Vila Ferreira depois que um suposto traficante foi assassinado em uma cadeia pública da cidade.
Outro lado
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi, respondeu ao prefeito afirmando que "é uma visão simplista reduzir a questão do tráfico ao número de efetivos". "Se a colaboração do prefeito está pesando, estou disposto a abrir mão."
O Comando Central da PM forneceu, em resposta ao prefeito, um relatório de produtividade da CPMA 6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), que compreende São Bernardo.
Segundo o relatório, o comando tem média mensal de 8.954 ocorrências, sendo 829 atendimentos sociais (como a condução de um ferido ao pronto-socorro); 977 veículos localizados; 182 prisões em flagrante; 76 atos infracionais reprimidos; 6 procurados capturados; 137 armas apreendidas; e 0,949 grama de substâncias entorpecentes apreendidas.
O comando não informou se esse resultado é alto ou baixo se comparado às outras dez CPMAs da região metropolitana, apenas informou que a de São Bernardo ocupa uma posição intermediária no ranking.
Colaborou SÉRGIO DURAN da Folha de S.Paulo
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Para prefeito de São Bernardo, atuação da Polícia Civil é revoltante
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O prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares (PPS), disse que "a atuação da Polícia Civil na cidade é passiva. "A Polícia Civil é revoltante. Não existe uma atuação sistemática contra o crime organizado, eles só atendem ocorrências".
Soares afirma que o número do efetivo policial da cidade está em "franca desvantagem" em comparação a outras cidades do mesmo porte, como Ribeirão Preto e São José dos Campos, por exemplo. Ele afirma que o efetivo da polícia na região, tanto civil como militar, é muito menor do que nessas outras cidades.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, São Bernardo tem 702 policiais para aproximadamente 1 milhão de habitantes. Ribeirão Preto tem 918 policiais e 500 mil habitantes e São José dos Campos 349 policiais para cerca de 550 mil habitantes. A Polícia Civil não forneceu os dados.
Soares também disse que a polícia sabe onde morem os traficantes e não faz nada para prendê-los.
"Não quero falar do governador (Mário Covas), porque ele é admirável, mas a verdade é que já reclamei sobre o número do efetivo policial diversas vezes como o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinício Petrelluzzi, e com o próprio governador".
O prefeito e atual candidato à reeleição disse que a prefeitura já fez tudo que podia fazer para conter a violência na cidade. "Tudo que eu podia fazer pela segurança já fiz, mas aceito sugestões", afirmou o prefeito.
Soares disse que criou a Guarda Municipal, bases comunitárias de segurança e está instalando, em parceria com a iniciativa privada, 450 câmeras para monitorar o trânsito e auxiliar na segurança. Ele também diz ter trocado a iluminação da cidade e urbanizado favelas.
Além de criticar a atuação da Polícia Civil na cidade, o prefeito também disse que a prefeitura "empresta" funcionários pagos pelos cofres do município à corporação, além de pagar três imóveis utilizados pela força policial.
De acordo com ele, o aluguel dos três imóveis custa cerca de R$ 6.000 à Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Ontem, traficantes da cidade impuseram um "toque de recolher" no bairro de Vila Ferreira depois que um suposto traficante foi assassinado em uma cadeia pública da cidade.
Outro lado
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi, respondeu ao prefeito afirmando que "é uma visão simplista reduzir a questão do tráfico ao número de efetivos". "Se a colaboração do prefeito está pesando, estou disposto a abrir mão."
O Comando Central da PM forneceu, em resposta ao prefeito, um relatório de produtividade da CPMA 6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), que compreende São Bernardo.
Segundo o relatório, o comando tem média mensal de 8.954 ocorrências, sendo 829 atendimentos sociais (como a condução de um ferido ao pronto-socorro); 977 veículos localizados; 182 prisões em flagrante; 76 atos infracionais reprimidos; 6 procurados capturados; 137 armas apreendidas; e 0,949 grama de substâncias entorpecentes apreendidas.
O comando não informou se esse resultado é alto ou baixo se comparado às outras dez CPMAs da região metropolitana, apenas informou que a de São Bernardo ocupa uma posição intermediária no ranking.
Colaborou SÉRGIO DURAN da Folha de S.Paulo
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