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02/07/2003 - 20h01

Menino é impedido de entrar em ônibus no Rio e morre atropelado

MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Ao tentar embarcar pela porta da frente de um ônibus, o estudante Cléber Lemos Mendonça Júnior, 12, foi impedido de entrar pelo motorista e acabou morrendo atropelado pelo próprio veículo. O motorista foi indiciado sob a acusação de homicídio culposo.

O episódio ocorreu na tarde de hoje, em Bento Ribeiro (zona norte do Rio), poucas horas depois de a Justiça estadual ter derrubado a Lei do Passe-Livre, que assegurava a estudantes da rede pública, idosos e deficientes físicos o direito de viajar de graça nos ônibus intermunicipais.

O menino, uniformizado, estava em um ponto de ônibus na rua Picuí e iria para a Escola Municipal Evangelino Duarte Baptista (zona norte), onde estudava.

Segundo uma testemunha, Júnior tentou entrar pela porta da frente do ônibus da linha 928 (Marechal Hermes-Ramos), mas o motorista lhe disse para esperar outro veículo, porque o que conduzia estava lotado.

Ao ver que uma pessoa descia do ônibus, o estudante tentou subir novamente, mas o motorista fechou a porta. Ele ficou pendurado do lado de fora e pediu que as portas fossem abertas.

Poucos metros depois, após uma freada brusca do ônibus, Júnior caiu e foi esmagado pelo veículo. O estudante morreu na hora.

O motorista Alexandre Ribeiro Duarte, 28, disse que não viu o menino pendurado na porta porque havia muitos passageiros na parte da frente do ônibus.

Duarte afirmou ainda que não deixou Júnior entrar no veículo porque recebeu uma orientação de sua empresa, a Madureira Candelária, de não permitir que ninguém entrasse pela frente quando o ônibus estivesse lotado. Disse também que só soube do acidente quando chegou ao ponto final. O motorista responderá ao inquérito em liberdade. A pena para casos de homicídio culposo é de um a quatro anos de reclusão.

Responsável pelas investigações, o titular da 30ª Delegacia de Polícia, delegado Otílio Bezerra, disse que resolveu indiciar Duarte porque considera que ele foi negligente no caso.

Júnior foi enterrado hoje no cemitério de Ricardo de Albuquerque (zona norte). Ele era filho de um motorista de ônibus.

A Lei do Passe-Livre só deixará de vigorar quando a decisão judicial for publicada no "Diário Oficial".
 

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