Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/07/2003 - 22h42

Imagens sacras são furtadas em capela de Ouro Preto (MG)

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Sete imagens de santos talhadas em madeira nos séculos 18 e 19 e quatro castiçais, também em madeira, foram furtados na tarde da sexta-feira da capela Santa Quitéria, no distrito de Catarina Mendes, em Ouro Preto. As peças compõem o patrimônio descoberto da cidade histórica mineira.

Sendo assim, o poder público, do federal ao municipal, não possui inventário das peças, o que dificulta muito o trabalho policial para tentar recuperá-las. Se houvesse o inventário, as características de todas elas estariam ao menos documentadas.

A capela não integra o patrimônio tombado em Ouro Preto pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e nem pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). Os dois órgãos argumentam que não têm condições de mapear e cuidar de toda a riqueza histórica. O município também é responsável pelo patrimônio.

Recentemente, a Câmara Municipal de Ouro Preto aprovou uma lei que visa identificar e anotar o patrimônio cultural do município. Ouro Preto, segundo o representante do Iphan na cidade histórica, Benedito Oliveira, possui muitos bens com valor histórico espalhados pelos distritos que precisam ser protegidos.

A capela de Santa Quitéria é um desses bens. As imagens furtadas, de aproximadamente 30 cm cada uma, foram esculpidas por artistas populares. Elas ficavam no altar da capela.

Ana Mariana Urbano, 75, zeladora da capela, viu um homem saindo com uma sacola nas costas e entrando na mata que cerca a edificação. A Polícia Militar foi chamada, fez rastreamento, mas não prendeu ninguém.

O furto de peças e imagens sacras em Minas Gerais continua em alta. Os produtos dos furtos normalmente são vendidos a colecionadores e antiquários. As igrejas e capelas dos distritos quase sempre não dispõem de sistema de segurança.

O Iphan colocou no seu site (www.iphan.gov.br) as informações de peças do patrimônio histórico nacional desaparecidas nas últimas décadas. São 799 registros no país, sendo 109 em Minas Gerais. O serviço visa incentivar a população a ajudar na recuperação das peças furtadas.

A campanha "Luta Contra o Tráfico Ilícito de Bens Culturais" ocorre em conjunto com a Polícia Federal, Interpol e o Conselho Internacional de Museus.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página