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21/07/2003
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14h22
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) investiga uma conexão entre grupos que mantêm fábricas de CDs piratas em Campinas (95 km de SP) com as máfias coreana e chinesa que operam em São Paulo.
Pelo menos 300 mil CDs piratas foram apreendidos em Campinas neste ano, dando o título para a cidade de "capital da pirataria no interior do Estado". No país, foram 2,4 milhões de discos.
Chineses e coreanos do crime organizado que agem em São Paulo, segundo a polícia, teriam transformado Campinas em uma base no interior do Estado.
Apesar de não dispor de números comparativos, a APDIF (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), a Polícia Civil do Estado e membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria informaram que a cidade lidera o ranking da pirataria no interior.
Apreensão
A maior apreensão de CDs piratas do ano, feita na última quinta-feira, seria uma das provas. Foram 150 mil CDs falsificados apreendidos em nove barracas do camelódromo de Campinas. A mercadoria foi avaliada em R$ 1 milhão.
Somente na operação foi apreendida a mesma quantia de CDs piratas que havia sido recolhida nos seis primeiros meses do ano --com 15 pessoas presas.
A possibilidade de uma ligação entre máfias paulistanas, traficantes de drogas e os falsificadores de CDs de Campinas chamou a atenção da CPI da Pirataria.
"A denúncia que recebemos é que Campinas fornece CDs para outras regiões do Estado. Queremos 'puxar o fio da meada' e chegar aos distribuidores", diz o presidente da CPI da Pirataria, Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP). Segundo ele, CDs virgens usados pelos falsificadores vêm da China e entram no país principalmente pelo porto de Paranaguá (PR).
São Paulo
Para a APDIF, a proximidade com São Paulo também contribui para o aumento da pirataria em Campinas. "Os grupos que praticam a pirataria são bem organizados, mas são apoiados com uma pequena estrutura de logística, que consegue abastecer os camelôs", disse o coordenador da APDIF no Brasil, Clóvis Moreira.
Segundo ele, a produção pirata é realizada basicamente em pequenos laboratórios caseiros, com algumas exceções. "Já descobriram laboratórios na região com 60 drives de gravação. Cada drive tem capacidade para gravar um CD por minuto", explica.
O coordenador aponta que a máfia da falsificação de CDs tem regras de produção, compra de material e venda. "O camelódromo fica refém dessa máfia, é vítima de grupos organizados. O objetivo maior é abordar os ambulantes, que é a ponta do mercado da falsificação."
Segundo o delegado titular da DIG, Hamilton Caviolla Filho, nada impede a prisão de camelôs que comercializam os CDs piratas. Porém, ele diz que deve ser levada em consideração a questão social. "A ação no camelódromo deve ser conjunta, com a participação da prefeitura, que fornece o alvará de funcionamento para esses comerciantes. O que nós queremos é pegar os falsificadores."
"Máfia chinesa" é suspeita de falsificações em Campinas
da Folha de S.Paulo, em CampinasA DIG (Delegacia de Investigações Gerais) investiga uma conexão entre grupos que mantêm fábricas de CDs piratas em Campinas (95 km de SP) com as máfias coreana e chinesa que operam em São Paulo.
Pelo menos 300 mil CDs piratas foram apreendidos em Campinas neste ano, dando o título para a cidade de "capital da pirataria no interior do Estado". No país, foram 2,4 milhões de discos.
Chineses e coreanos do crime organizado que agem em São Paulo, segundo a polícia, teriam transformado Campinas em uma base no interior do Estado.
Apesar de não dispor de números comparativos, a APDIF (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), a Polícia Civil do Estado e membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria informaram que a cidade lidera o ranking da pirataria no interior.
Apreensão
A maior apreensão de CDs piratas do ano, feita na última quinta-feira, seria uma das provas. Foram 150 mil CDs falsificados apreendidos em nove barracas do camelódromo de Campinas. A mercadoria foi avaliada em R$ 1 milhão.
Somente na operação foi apreendida a mesma quantia de CDs piratas que havia sido recolhida nos seis primeiros meses do ano --com 15 pessoas presas.
A possibilidade de uma ligação entre máfias paulistanas, traficantes de drogas e os falsificadores de CDs de Campinas chamou a atenção da CPI da Pirataria.
"A denúncia que recebemos é que Campinas fornece CDs para outras regiões do Estado. Queremos 'puxar o fio da meada' e chegar aos distribuidores", diz o presidente da CPI da Pirataria, Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP). Segundo ele, CDs virgens usados pelos falsificadores vêm da China e entram no país principalmente pelo porto de Paranaguá (PR).
São Paulo
Para a APDIF, a proximidade com São Paulo também contribui para o aumento da pirataria em Campinas. "Os grupos que praticam a pirataria são bem organizados, mas são apoiados com uma pequena estrutura de logística, que consegue abastecer os camelôs", disse o coordenador da APDIF no Brasil, Clóvis Moreira.
Segundo ele, a produção pirata é realizada basicamente em pequenos laboratórios caseiros, com algumas exceções. "Já descobriram laboratórios na região com 60 drives de gravação. Cada drive tem capacidade para gravar um CD por minuto", explica.
O coordenador aponta que a máfia da falsificação de CDs tem regras de produção, compra de material e venda. "O camelódromo fica refém dessa máfia, é vítima de grupos organizados. O objetivo maior é abordar os ambulantes, que é a ponta do mercado da falsificação."
Segundo o delegado titular da DIG, Hamilton Caviolla Filho, nada impede a prisão de camelôs que comercializam os CDs piratas. Porém, ele diz que deve ser levada em consideração a questão social. "A ação no camelódromo deve ser conjunta, com a participação da prefeitura, que fornece o alvará de funcionamento para esses comerciantes. O que nós queremos é pegar os falsificadores."
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