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31/07/2003 - 14h18

Empresário cubano "caçado" pelo FBI é preso em SP com cocaína

da Folha Online

Procurado pela polícia dos Estados Unidos, o empresário cubano José Antônio Benitez, 45, foi preso em flagrante pelo Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), por tráfico de drogas. Casado com uma brasileira e cidadão norte-americano, Benitez era "caçado" por agentes do FBI por fraude em remédios para doentes terminais, vendidos em sete Estados dos EUA.

Segundo o FBI, o empresário é acusado de integrar quadrilha de atacadistas de produtos farmacêuticos estabelecidos no norte de Miami, onde faturou milhões de dólares com o golpe, e estava no Brasil havia 11 meses. Há recompensa de US$ 250 mil pela prisão de Benitez.

Morador no Morumbi, zona sul de São Paulo, o empresário foi preso há uma semana, no apartamento 1.521 do Hotel Meliá, na avenida das Nações Unidas, acompanhado de uma mulher, ouvida como testemunha.

A equipe do delegado Cosmo Stikovics Filho, titular da 3ª Dise, delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Denarc, encontrou 100 gramas de cocaína no local. A droga estava distribuída em embalagens plásticas no bolso do paletó do acusado e atrás da maleta do empresário.

Em contato com agentes federais da Flórida, policiais do Denarc foram informados que Benitez é procurado pelo FBI por fraude nos remédios e também por ter violado a condicional.

"Armado e perigoso"

Conhecido como El Gordo, na ficha criminal dele aparece o alerta: "armado e perigoso". Em 1990, preso por tráfico de maconha, foi condenado a 15 anos de cadeia, tendo ficado cinco anos em prisão federal. O FBI informou ao diretor do Denarc, delegado Ivaney Cayres de Souza, que agentes serão enviados ao Brasil para acompanhar de perto o caso de Benitez.

Farmacologista, Benitez estaria investindo na compra de laboratório farmacêutico em São Paulo. Segundo agentes do FBI, o empresário montou nos EUA companhias para venda no atacado de remédios para doentes terminais.

Segundo a investigação do FBI, remédios para Aids e câncer, por exemplo, foram falsificados, adulterados ou estavam vencidos. Em alguns casos, segundo a investigação, eram vendidos frascos com giz e água de torneira para pacientes terminais.

Repercussão

O escândalo tomou conta do noticiário da Flórida, em jornais como Miami Herald de julho, quando a polícia divulgou a conclusão de investigação de 18 meses. Dezenove atacadistas de produtos farmacêuticos foram indiciados pelo crime de fraude.

Segundo o FBI, ladrões de banco, estelionatários, traficantes e corruptos migraram para o mercado atacadista de remédios, aproveitando-se de falhas na legislação para aplicar este tipo de golpe.

Conforme a investigação do FBI, três empresas estariam envolvidas no esquema de Benitez, no EUA: a A&J Trading, a Triple J Trading e a Brazil-U.S. Trading. Benitez está em uma cela do presídio Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos, Grande São Paulo.
 

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