Publicidade
Publicidade
01/08/2003
-
04h00
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A população acima de 60 anos representa hoje 9% dos brasileiros ou 15,8 milhões de pessoas. Seus gastos em saúde, porém, atingem R$ 6 bilhões, ou 27% do orçamento da saúde.
Nesse ritmo, quando somarem 32 milhões em 2020, ou 12% da população, os idosos estarão consumindo mais de 40% de todos os gastos em saúde. O mais grave é que boa parte do dinheiro vem sendo empregada para tratar e internar o idoso --quando o ideal seria investir na prevenção de doenças já a partir da meia-idade.
O alerta foi feito ontem em Brasília no 7º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva pelo médico Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade. No congresso, estão sendo apresentados quase 400 trabalhos sobre idosos, de todos os Estados.
"Há muita gente preocupada, mas falta colocar em prática uma política global, estabelecida em 1999." Para Veras, os anos de vida ganhos pelo idoso têm que merecer atenção especial, do contrário afetarão os serviços de saúde e as contas da Previdência.
Na sua opinião, a questão dos idosos --acima de 60 anos-- necessita de um aval e de um esforço político igual ou maior ao recebido pela epidemia da Aids ou pelas questões ligadas à terra.
No programa de metas apresentado na abertura do congresso pelo ministro Humberto Costa, a vacinação dos idosos aparece como uma das prioridades. "Precisamos de muito mais", diz Veras. Em termos de valores, os gastos podem parecer enormes: os R$ 6 bilhões que os idosos consomem por ano representam mais do que os orçamentos somados de pastas como Cultura, Turismo, Esporte, Ciência e Tecnologia.
Na avaliação de Renato Veras, parte da batalha já está perdida. Das 119 escolas médicas do país, apenas quatro possuem a cadeira de geriatria. Dos 259 mil médicos em atividade no Brasil, só 550 possuem o título de especialista conferido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Em contrapartida, os idosos, que eram 2 milhões em 1950, saltaram para 6 milhões em 1975 e são agora 15,8 milhões. A cada ano, 650 mil pessoas são incorporadas à faixa de idosos no país.
Sem programas de prevenção, idoso custa 27% da verba da saúde
AURELIANO BIANCARELLIda Folha de S.Paulo, em Brasília
A população acima de 60 anos representa hoje 9% dos brasileiros ou 15,8 milhões de pessoas. Seus gastos em saúde, porém, atingem R$ 6 bilhões, ou 27% do orçamento da saúde.
Nesse ritmo, quando somarem 32 milhões em 2020, ou 12% da população, os idosos estarão consumindo mais de 40% de todos os gastos em saúde. O mais grave é que boa parte do dinheiro vem sendo empregada para tratar e internar o idoso --quando o ideal seria investir na prevenção de doenças já a partir da meia-idade.
O alerta foi feito ontem em Brasília no 7º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva pelo médico Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade. No congresso, estão sendo apresentados quase 400 trabalhos sobre idosos, de todos os Estados.
"Há muita gente preocupada, mas falta colocar em prática uma política global, estabelecida em 1999." Para Veras, os anos de vida ganhos pelo idoso têm que merecer atenção especial, do contrário afetarão os serviços de saúde e as contas da Previdência.
Na sua opinião, a questão dos idosos --acima de 60 anos-- necessita de um aval e de um esforço político igual ou maior ao recebido pela epidemia da Aids ou pelas questões ligadas à terra.
No programa de metas apresentado na abertura do congresso pelo ministro Humberto Costa, a vacinação dos idosos aparece como uma das prioridades. "Precisamos de muito mais", diz Veras. Em termos de valores, os gastos podem parecer enormes: os R$ 6 bilhões que os idosos consomem por ano representam mais do que os orçamentos somados de pastas como Cultura, Turismo, Esporte, Ciência e Tecnologia.
Na avaliação de Renato Veras, parte da batalha já está perdida. Das 119 escolas médicas do país, apenas quatro possuem a cadeira de geriatria. Dos 259 mil médicos em atividade no Brasil, só 550 possuem o título de especialista conferido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Em contrapartida, os idosos, que eram 2 milhões em 1950, saltaram para 6 milhões em 1975 e são agora 15,8 milhões. A cada ano, 650 mil pessoas são incorporadas à faixa de idosos no país.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice