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18/08/2000 - 20h58

Pai de brasileira assassinada soube do crime quando se preparava para visitar a filha

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FABIANE LEITE
da Folha Online

O pai da brasileira Patricia Ramos Gallego, 29, Rubens Gallego, 62, disse que se preparava para ir aos EUA visitar a filha quando soube que ela foi assassinada.

A visita seria para comemorar o aniversário de Patricia, que ocorreria no dia 27 deste mês. Gallego não via a filha há dois anos. Ela fez apenas uma breve passagem pelo Brasil durante os quatro anos em que morou nos EUA.

Patricia foi atacada várias vezes com ferramentas de corte e teve nove dedos decepados pelo assassino e o sangue drenado. Seu corpo foi encontrado na segunda-feira em uma lata de lixo, na cidade de Carlsbad, no estado da Califórnia (EUA).

A vítima residia em San Diego, a cerca de 48 km de Carlsbad.

O pai só soube da violência do assassinato hoje, pelos jornais.

Gallego disse que na quarta-feira (16) teve de adiar a viagem, à tarde, por causa de problemas comerciais. Ele estava com a passagem marcada para aquele dia.

Mesmo assim, o pai pretendia fazer a viagem nos próximos dias.

Na madrugada de quinta-feira, o pai de Patricia soube que ela havia sido assassinada. Ele telefonou para o apartamento da filha nos EUA, após receber uma ligação de uma amiga de Patricia.

Quem atendeu ao telefonema de Gallego foi um policial, que avisou sobre o assassinato.

"Enxuguei todas as lágrimas que tinha", afirmou Gallego em entrevista no fim desta tarde. "Você saber que o corpo da sua filha foi jogado em uma lata de lixo ... para mim isto é coisa de um doente mental, não dá para entender", disse o pai chorando.

Gallego disse que sofreu ainda mais ao saber da violência do assassinato. "Sofri duas vezes."

Suspeito

O principal suspeito, Calvin Parker, 31, dividia apartamento com a brasileira. Ele está preso e nega o assassinato. Gallego afirma que não quer a pena de morte para o suposto assassino. "Acho que ele tem de pagar em vida, preso e sofrendo."

Patrícia, que trabalhou como comissária de vôo na Vasp, foi morar nos EUA para fazer um curso de turismo. No entanto, abandonou o curso, e trabalhava entregando comida, segundo o pai.

Segundo Gallego, Patrícia começou a dividir o apartamento com Parker há cerca de quatro meses. Mas o pai não teve notícias de problemas da filha com o rapaz.

Ele diz que Patricia não tinha qualquer tipo de relacionamento amoroso com Parker.

Policiais americanos disseram a Gallego que Patricia morreu porque não quis ter relação sexual com o suposto assassino. Gallego também disse ter sido informado que Parker chegou a confessar o assassinato.

Parker seria conhecido da turma de amigos de Patricia, segundo o pai. Por isto ela teria aceitado dividir o apartamento com o suposto assassino.

Igreja

Ainda de acordo com o pai da vítima, Patrícia sempre elogiou a segurança nos EUA. Ela freqüentava uma igreja evangélica em San Diego e não tinha namorado. Patrícia havia mantido apenas um relacionamento, com um norte-americano, no tempo que esteve nos EUA, mas segundo o pai, o namoro já havia acabado.

O pai de Patrícia é separado da mãe da vítima, Terezinha Ramos da Silva, 48. Ele tem três filhos com outra mulher. Terezinha não teve outros filhos e mantém um bom relacionamento com a família do ex-marido.

Gallego, que é advogado aposentado, reside em uma casa de classe média, no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo.

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