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20/08/2003
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08h09
Avesso à exposição pública, José Nelson Schincariol, ou Nelsão como os funcionários o chamavam, era o homem de frente da Schincariol. Ele cuidava do caixa da empresa, tomava as decisões estratégicas e já preparava os sobrinhos e os dois filhos para a sucessão na companhia.
Simples, informal nos trajes e sem diploma universitário, assumiu a frente da companhia nos anos 80, após a morte do pai, o italiano Arthur Primo Schincariol, fundador da companhia.
Na sua própria avaliação, era obcecado pelo negócio. Tinha como meta tornar a empresa dona de 12% do mercado de cervejas num curto espaço de tempo.
Duas características são citadas por conhecidos: a discrição e a teimosia, em alguns momentos. Segundo um executivo de uma rede de supermercados, ele sempre foi "turrão" nas negociações de preço com o comércio.
Já os funcionários o viam como uma pessoa simples. Segundo Antonio de Oliveira, que é eletricista na unidade de Itu desde 1989, chamava a atenção a dedicação do empresário -principalmente quando a empresa começou a fabricar cerveja. "No começo das atividades, o senhor Nelson costumava ser visto carregando caixas de cerveja. Ele não era um empresário de escritório, gostava de pôr a mão na massa."
Sucessão
Aos poucos, o empresário preparava os filhos Alexandre, 28, e Adriano, 26, formados em administração de empresas, e seus três sobrinhos --filhos do irmão Geraldo-- para comandarem o grupo nas próximas décadas.
Discreto, dizia publicamente que não queria se afastar do negócio logo. Nunca tirou férias, de acordo com o relato de funcionários dado ontem. O vínculo emocional com o trabalho, segundo analistas de mercado que acompanham o setor de bebidas, era tamanho que isso chegou a impedir a entrada de parceiros estrangeiros no negócio nos anos 90.
Na última inauguração de uma fábrica da empresa, em Caxias (MA), comandou uma prece em agradecimento. Isso em frente a um grupo de 100 funcionários de mãos dadas. O ritual se repetia em cada nova abertura de fábrica da companhia. Hoje, são seis.
Assim como a família, o executivo era dado a poucos luxos. Seguindo a cartilha da família, evitava tomar empréstimos em bancos para manter o negócio.
Schincariol admitia obsessão pelo trabalho
da Folha de S.PauloAvesso à exposição pública, José Nelson Schincariol, ou Nelsão como os funcionários o chamavam, era o homem de frente da Schincariol. Ele cuidava do caixa da empresa, tomava as decisões estratégicas e já preparava os sobrinhos e os dois filhos para a sucessão na companhia.
Simples, informal nos trajes e sem diploma universitário, assumiu a frente da companhia nos anos 80, após a morte do pai, o italiano Arthur Primo Schincariol, fundador da companhia.
Na sua própria avaliação, era obcecado pelo negócio. Tinha como meta tornar a empresa dona de 12% do mercado de cervejas num curto espaço de tempo.
Duas características são citadas por conhecidos: a discrição e a teimosia, em alguns momentos. Segundo um executivo de uma rede de supermercados, ele sempre foi "turrão" nas negociações de preço com o comércio.
Já os funcionários o viam como uma pessoa simples. Segundo Antonio de Oliveira, que é eletricista na unidade de Itu desde 1989, chamava a atenção a dedicação do empresário -principalmente quando a empresa começou a fabricar cerveja. "No começo das atividades, o senhor Nelson costumava ser visto carregando caixas de cerveja. Ele não era um empresário de escritório, gostava de pôr a mão na massa."
Sucessão
Aos poucos, o empresário preparava os filhos Alexandre, 28, e Adriano, 26, formados em administração de empresas, e seus três sobrinhos --filhos do irmão Geraldo-- para comandarem o grupo nas próximas décadas.
Discreto, dizia publicamente que não queria se afastar do negócio logo. Nunca tirou férias, de acordo com o relato de funcionários dado ontem. O vínculo emocional com o trabalho, segundo analistas de mercado que acompanham o setor de bebidas, era tamanho que isso chegou a impedir a entrada de parceiros estrangeiros no negócio nos anos 90.
Na última inauguração de uma fábrica da empresa, em Caxias (MA), comandou uma prece em agradecimento. Isso em frente a um grupo de 100 funcionários de mãos dadas. O ritual se repetia em cada nova abertura de fábrica da companhia. Hoje, são seis.
Assim como a família, o executivo era dado a poucos luxos. Seguindo a cartilha da família, evitava tomar empréstimos em bancos para manter o negócio.
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