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26/08/2003 - 21h08

Caminhão danifica chafariz recém-restaurado em Ouro Preto

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THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Em mais um acidente envolvendo veículos pesados em Ouro Preto (MG), um caminhão carregado de roupas e tecidos destruiu hoje parte do chafariz da igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar, restaurado há dois meses.

O acidente foi por volta das 12h. Segundo testemunhas, o caminhão da Vini Transportadora Ltda., de Contagem (MG), descia a rua Randolfo Bretas --uma das mais íngremes do centro histórico-- quando o motorista Roney Bonela, 24, perdeu o controle do veículo. Chovia na cidade, e a pista estava escorregadia.

Antes de bater, o motorista chegou a entrar em uma curva, mas a carroceria do caminhão se chocou lateralmente contra a porção superior do chafariz. Com o impacto, uma das três torres do monumento caiu. Parte da cobertura de quartzito também foi danificada. Uma placa na rua indica a proibição do trânsito de veículos pesados.

Acidentes

Não é o primeiro acidente no Chafariz do Pilar, construído entre 1733 e 1740. Em novembro do ano passado, um caminhão carregado de engradados de cerveja perdeu o controle na mesma rua e quebrou o monumento em vários pedaços.

A Itaminas Bebidas, dona do veículo, custeou a restauração, após acordo com o Ministério Público Estadual. O chafariz foi entregue à população em junho, após obras que consumiram R$ 15 mil.

Na restauração, peças em cimento do friso do chafariz, arrancadas pelo caminhão de bebidas, foram substituídas por próteses de quartzito. As torres --também chamadas pináculos_ foram reconstituídas em pedra sabão.

Cerca de 20 dias após o acidente, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais proibiu o trânsito de veículos pesados no centro histórico de Ouro Preto. A decisão se baseou, entre outros pontos, em um estudo de 1983 do Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes) que já alertava para o problema do tráfego na cidade.

Destruição

Para o diretor da subrregional do Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico Nacional) em Ouro Preto, Benedito Tadeu Oliveira, 47, os danos de hoje representaram um terço da destruição causada pelo acidente de novembro. Ele pediu cópia do boletim de ocorrência à polícia e notificou o Ministério Público.

A promotora Marta Larcher, da curadoria do patrimônio de Ouro Preto, classificou o acidente de "grave". Afirmou que acionará tanto a empresa --para reparação dos danos-- como a prefeitura, que teria se omitido na fiscalização do tráfego.

Em nota, a Prefeitura de Ouro Preto informou que vai exigir que a Vini Transportadora Ltda. "se responsabilize por todos os custos da restauração" do chafariz. O assessor de comunicação da prefeitura, Pedro Paulo Taucce, disse ainda que as críticas da Promotoria são "equivocadas", já que a administração municipal não é responsável pela fiscalização do trânsito, tarefa que caberia à polícia. Larcher, por sua vez, disse que a fiscalização "é da prefeitura e da polícia".

Na transportadora, a reportagem foi atendida por Maristela Bonela, mãe do motorista. Ela informou que o responsável pela empresa estava viajando e que não seria possível contatá-lo. Afirmou ainda que o caminhão possui seguro e que não sabia quais procedimentos seriam tomados pela empresa em relação ao acidente.
 

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