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27/08/2003
-
05h18
ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo
As tarifas dos bilhetes múltiplos de dois e de dez do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vão subir a partir da zero hora de domingo, sete meses e 12 dias depois do último reajuste.
O múltiplo de dez vai aumentar 9,68%, de R$ 15,50 para R$ 17,00. O de dois, 5,88% -de R$ 3,40 para R$ 3,60. Até 19 de janeiro, eles custavam R$ 12,50 e R$ 2,70, respectivamente. Na época, a alta acima de 24% já era superior aos 14,7% de inflação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe nos 18 meses anteriores. Nos sete primeiros meses deste ano, esse índice acumulou 5,21%.
Desta vez não haverá alteração no valor do bilhete unitário de R$ 1,90. Somente a passagem unitária de R$ 1,55, cobrada hoje apenas na linha 5-lilás do Metrô (Capão Redondo-Largo Treze) e em estações da CPTM que não dispõem de catracas eletrônicas, terá reajuste: passará a custar R$ 1,70.
A elevação dos preços aos usuários se dá depois de representantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) terem descartado, nos últimos três meses, a possibilidade de um novo reajuste das tarifas.
O Metrô enfrentou uma greve de dois dias em junho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho) concedeu, na época, a elevação imediata de 12,13% nos salários da categoria e duas parcelas de 3%, em janeiro e março de 2004.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, alegava não ter recursos para esse aumento. Cogitou não pagar fornecedores e falou em atrasar as obras da linha 4 (Luz-Vila Sônia), mas negava com veemência a possibilidade de mudança na passagem. O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, dizia que essa hipótese era descartada em razão de obstáculos legais -por já ter havido um reajuste neste ano.
A nova justificativa do Estado, que superaria os questionamentos jurídicos, é a de que a alta dos bilhetes múltiplos de dois e de dez não significa um aumento tarifário, mas uma "redução de descontos".
Explicação: a tarifa unitária do Metrô é de R$ 1,90; os R$ 15,50 cobrados pelo múltiplo de dez seriam apenas um desconto de R$ 3,50 no preço de dez viagens unitárias; agora, com a elevação do bilhete para R$ 17,00, esse desconto passa a ser de R$ 2,00.
Os bilhetes múltiplos de dois e de dez são os mais comprados pelos passageiros do Metrô e dos trens, já que permitem uma redução no custo final da viagem. Na CPTM, somente 14% dos usuários compram a passagem unitária -os 86% restantes se dividem em vales-transporte (35%) fornecidos por empresas, múltiplos de dois (26%) e de dez (25%).
O relatório operacional do Metrô de 2000 também apontava situação parecida: apenas 19% das entradas na rede eram feitas com os unitários. O Metrô transporta 2,5 milhões de passageiros por dia. A CPTM, 1,1 milhão.
Fernandes não deu entrevistas ontem. Nota da secretaria informou que "a redução do desconto" se deve ao "reajuste de itens importantes, como energia elétrica e serviços terceirizados, além do dissídio dos metroviários".
Metrô sobe tarifa dos bilhetes múltiplos
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da Folha de S.Paulo
As tarifas dos bilhetes múltiplos de dois e de dez do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vão subir a partir da zero hora de domingo, sete meses e 12 dias depois do último reajuste.
O múltiplo de dez vai aumentar 9,68%, de R$ 15,50 para R$ 17,00. O de dois, 5,88% -de R$ 3,40 para R$ 3,60. Até 19 de janeiro, eles custavam R$ 12,50 e R$ 2,70, respectivamente. Na época, a alta acima de 24% já era superior aos 14,7% de inflação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe nos 18 meses anteriores. Nos sete primeiros meses deste ano, esse índice acumulou 5,21%.
Desta vez não haverá alteração no valor do bilhete unitário de R$ 1,90. Somente a passagem unitária de R$ 1,55, cobrada hoje apenas na linha 5-lilás do Metrô (Capão Redondo-Largo Treze) e em estações da CPTM que não dispõem de catracas eletrônicas, terá reajuste: passará a custar R$ 1,70.
A elevação dos preços aos usuários se dá depois de representantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) terem descartado, nos últimos três meses, a possibilidade de um novo reajuste das tarifas.
O Metrô enfrentou uma greve de dois dias em junho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho) concedeu, na época, a elevação imediata de 12,13% nos salários da categoria e duas parcelas de 3%, em janeiro e março de 2004.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, alegava não ter recursos para esse aumento. Cogitou não pagar fornecedores e falou em atrasar as obras da linha 4 (Luz-Vila Sônia), mas negava com veemência a possibilidade de mudança na passagem. O presidente do Metrô, Luiz Carlos David, dizia que essa hipótese era descartada em razão de obstáculos legais -por já ter havido um reajuste neste ano.
A nova justificativa do Estado, que superaria os questionamentos jurídicos, é a de que a alta dos bilhetes múltiplos de dois e de dez não significa um aumento tarifário, mas uma "redução de descontos".
Explicação: a tarifa unitária do Metrô é de R$ 1,90; os R$ 15,50 cobrados pelo múltiplo de dez seriam apenas um desconto de R$ 3,50 no preço de dez viagens unitárias; agora, com a elevação do bilhete para R$ 17,00, esse desconto passa a ser de R$ 2,00.
Os bilhetes múltiplos de dois e de dez são os mais comprados pelos passageiros do Metrô e dos trens, já que permitem uma redução no custo final da viagem. Na CPTM, somente 14% dos usuários compram a passagem unitária -os 86% restantes se dividem em vales-transporte (35%) fornecidos por empresas, múltiplos de dois (26%) e de dez (25%).
O relatório operacional do Metrô de 2000 também apontava situação parecida: apenas 19% das entradas na rede eram feitas com os unitários. O Metrô transporta 2,5 milhões de passageiros por dia. A CPTM, 1,1 milhão.
Fernandes não deu entrevistas ontem. Nota da secretaria informou que "a redução do desconto" se deve ao "reajuste de itens importantes, como energia elétrica e serviços terceirizados, além do dissídio dos metroviários".
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