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04/09/2003 - 03h30

Burocracia faz inocente continuar na prisão em SP

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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

Apesar de ser considerado inocente da suspeita de envolvimento no assassinato do empresário José Nelson Schincariol, 60, o garçom V. S. S., 25, não foi libertado ontem e passaria mais uma noite na cadeia por causa da demora, segundo o Tribunal de Justiça, da polícia na entrega de documentos à Justiça de Itu (103 km de São Paulo).

V. S. S., que está preso desde o dia 19, era o principal suspeito do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) até que outro departamento da polícia, o Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), prendeu outros quatro jovens, que não têm ligação com o garçom, e deu o caso como esclarecido anteontem.

Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz de Itu José Azevedo Minhoto disse que recebeu o inquérito policial sobre o caso só no final da tarde de ontem, apesar de os quatro novos suspeitos terem sido presos na madrugada de anteontem.

Por causa da demora, o juiz, segundo o TJ, iria analisar à noite o inquérito, que contém o pedido de revogação da prisão de V. S. S., e só apresentaria sua decisão hoje.

Delegados do Deic e de Itu não falaram com a imprensa ontem. Para Secretaria da Segurança Público, porém, o pedido de revogação pela polícia seria suficiente a libertação do garçom, mas o juiz laudos
Segundo a polícia, os quatro novos suspeitos confessaram o assassinato e afirmaram que Schincariol foi morto porque reagiu a um assalto.

A mãe do garçom, a pensionista L. M. S., 56, fez uma peregrinação ontem pelas delegacias e o fórum de Itu. "Eu sou brasileira igual ao empresário que faleceu. Eu também pago os meus impostos e tenho direito de viver neste país como gente", afirmou a mãe. Segundo ela, a família vai processar o Estado.

À tarde, a pensionista foi ao 3º DP de Itu tentar ver o filho, mas encontrou o distrito policial com as portas fechadas. A polícia queria evitar a imprensa.

Ela só foi atendida por uma funcionária, que, pela janela da delegacia, disse que não havia definição sobre o caso. Decepcionada, a pensionista informou o número de um telefone onde poderia ser encontrada para buscar o filho e voltou para casa.

Segundo a pensionista, seis advogados da cidade procurados por familiares se recusaram a defender o garçom. "Falavam que eram amigos da família do empresário e diziam não", afirmou.

Ela disse que deixará a cidade com seu filho. "Foi uma falta de respeito ao ser humano, mas ainda vou limpar a imagem da família", afirmou.

O DHPP pediu a prisão de V. S. S. a partir do testemunho de um morador, que disse ter visto o garçom na cena do crime. Era noite e a testemunha estava na janela de sua casa. A polícia, no entanto, não tinha nenhuma prova técnica contra o garçom.
 

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