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04/09/2003
-
08h03
da Folha de S.Paulo
Entre as frestas de janelas e portas do 3º DP de Itu, a pensionista Lourdes, 56, tentou ontem ver e falar com seu filho, o garçom V.S.S., 25, preso desde o dia 19. Mesmo após ter sido descartado o seu envolvimento na morte do empresário José Nelson Schincariol, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública, ele não pôde falar com a mãe.
Em entrevista na frente do distrito, que teve as portas fechadas para evitar a imprensa, a pensionista reclamou da polícia e disse estar vivendo "uma guerra".
Pergunta - Como a senhora se sente ao saber agora que seu filho foi considerado inocente?
Lourdes - Eu estou me sentindo aliviada. Quero que todo o povo reconheça a nossa inocência.
Pergunta - A senhora vai processar o Estado?
Lourdes - Com certeza. Eu vou limpar a imagem da família toda.
Pergunta - Quantos homens entraram na sua casa para prender seu filho?
Lourdes - Foram cerca de 15. A bagunça foi total. Eu não sabia o que estava acontecendo. Não apresentaram nenhum papel.
Pergunta - O que falavam para o seu filho?
Lourdes - Os palavrões eram muitos. Reviraram tudo. Furaram o sofá procurando arma. Foi um clima de guerra. Parece que estou em uma guerra.
Pergunta - A senhora chegou a procurar advogado em Itu?
Lourdes - Ninguém quis pegar [o caso].
Pergunta - Quantos advogados a família procurou?
Lourdes - Mais ou menos seis.
Pergunta - O que eles diziam?
Lourdes Que seria antiético porque eram muito amigos da família [do empresário].
Pergunta - A senhora não acha que seu filho deveria estar solto, já que descobriram os culpados?
Lourdes - Era isso que eu queria saber, mas ninguém me fala nada.
Pergunta - A senhora sofreu algum tipo de constrangimento?
Lourdes - Os vizinhos não acreditaram, como eu, porque conhecem meu filho. Mas as pessoas distantes não sabem. ["Fica quieta, mãe", grita o garçom de dentro do distrito]
Lourdes Não vou ficar quieta Nei [como chama o filho], porque o pior eu já passei. A gente é pobre, mas tem direitos. Eu pago meus impostos igual ao rico. Se alguém estiver intimidando ele, vou a São Paulo, a Brasília, onde for preciso, porque o inocente é a minha família, o inocente é o meu filho.
Leia mais
Inocente envolvido no caso Schincariol deve ser liberado
"Pago imposto igual ao rico", diz mãe de inocente preso
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Entre as frestas de janelas e portas do 3º DP de Itu, a pensionista Lourdes, 56, tentou ontem ver e falar com seu filho, o garçom V.S.S., 25, preso desde o dia 19. Mesmo após ter sido descartado o seu envolvimento na morte do empresário José Nelson Schincariol, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública, ele não pôde falar com a mãe.
Em entrevista na frente do distrito, que teve as portas fechadas para evitar a imprensa, a pensionista reclamou da polícia e disse estar vivendo "uma guerra".
Pergunta - Como a senhora se sente ao saber agora que seu filho foi considerado inocente?
Lourdes - Eu estou me sentindo aliviada. Quero que todo o povo reconheça a nossa inocência.
Pergunta - A senhora vai processar o Estado?
Lourdes - Com certeza. Eu vou limpar a imagem da família toda.
Pergunta - Quantos homens entraram na sua casa para prender seu filho?
Lourdes - Foram cerca de 15. A bagunça foi total. Eu não sabia o que estava acontecendo. Não apresentaram nenhum papel.
Pergunta - O que falavam para o seu filho?
Lourdes - Os palavrões eram muitos. Reviraram tudo. Furaram o sofá procurando arma. Foi um clima de guerra. Parece que estou em uma guerra.
Pergunta - A senhora chegou a procurar advogado em Itu?
Lourdes - Ninguém quis pegar [o caso].
Pergunta - Quantos advogados a família procurou?
Lourdes - Mais ou menos seis.
Pergunta - O que eles diziam?
Lourdes Que seria antiético porque eram muito amigos da família [do empresário].
Pergunta - A senhora não acha que seu filho deveria estar solto, já que descobriram os culpados?
Lourdes - Era isso que eu queria saber, mas ninguém me fala nada.
Pergunta - A senhora sofreu algum tipo de constrangimento?
Lourdes - Os vizinhos não acreditaram, como eu, porque conhecem meu filho. Mas as pessoas distantes não sabem. ["Fica quieta, mãe", grita o garçom de dentro do distrito]
Lourdes Não vou ficar quieta Nei [como chama o filho], porque o pior eu já passei. A gente é pobre, mas tem direitos. Eu pago meus impostos igual ao rico. Se alguém estiver intimidando ele, vou a São Paulo, a Brasília, onde for preciso, porque o inocente é a minha família, o inocente é o meu filho.
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