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09/09/2003 - 10h19

Campinas começa cobrar imposto para gasto com iluminação pública

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PAULO REDA
da Folha de S.Paulo, em Campinas

As contas de energia elétrica de pelo menos 300 mil imóveis de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo) incluirão, a partir deste mês, a cobrança da CIP (Contribuição de Iluminação Pública). Até hoje, essa taxa, estimada pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) em R$ 1 milhão por mês, era paga integralmente pela prefeitura da cidade.

A partir de agora, cada contribuinte do município que consumir mais de 80 kWh por mês terá em sua conta de luz um acréscimo de R$ 3,39.

A prefeitura foi procurada ontem pela reportagem da Folha para comentar o início da cobrança da taxa de iluminação pública, mas não quis comentar o assunto.

De acordo com José Geraldo Pereira, gerente comercial da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), existem dois formatos possíveis de cobrança da taxa de iluminação pública.

Uma delas, adotada pela prefeitura, é a definição de um valor fixo para a CIP, independentemente do padrão de consumo de cada contribuinte.

A outra alternativa seria o estabelecimento de um percentual sobre o valor final da conta, o que levaria os que gastam mais a pagar uma taxa mais alta.

O pagamento da taxa de iluminação pública foi aprovada pela Câmara de Campinas em dezembro do ano passado.

Na época, foi grande a pressão do Executivo para a votação rápida da medida, pois a cobrança só poderia ser efetuada a partir deste ano se a lei municipal fosse aprovada ainda em 2002.

Campinas foi a única cidade da região que conseguiu votar a medida a tempo de ela já passar a ser cobrada ainda em 2003.

O início da cobrança estava na dependência apenas da assinatura de um termo de compromisso entre a prefeitura e a CPFL para que esses valores extras passassem a ser incluídos na conta.

Mais receita

O acordo, com duração inicial de dois anos, foi fechado no último dia 29 de agosto e publicado no "Diário Oficial" de sábado.

A cobrança pela iluminação pública tem sido uma das forma encontradas pelos municípios para minimizar o impacto da queda de receitas, em especial do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Em Campinas, a prefeitura deixaria de gastar R$ 12 milhões por ano com a transferência da responsabilidade do custeio da iluminação pública para a população de toda a cidade.

Esse valor equivale a toda despesa feita no ano de 2002 com a manutenção da Secretaria de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública e é superior ao gasto anual com a Fumec (Fundação Municipal para a Educação Comunitária) --R$ 11,2 milhões-- e a Secretaria Municipal de Habitação --R$ 2,7 milhões.

A taxa repassada para a conta dos moradores de Campinas também representam aproximadamente 75% do que foi gasto pelo governo municipal com a realização das demandas do OP (Orçamento Participativo), uma bandeira do PT, no ano passado.

Para o advogado André Guimarães, que foi diretor do Procon (Coordenadoria de Defesa do Consumidor) de Campinas entre os anos de 2001 e 2002, existe a possibilidade de a taxa ser contestada na Justiça.

"Se já existia previsão orçamentária para esse pagamento, não haveria razão para instituição da cobrança já neste ano", disse.
 

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