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12/09/2003
-
08h56
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha de S.Paulo
Não tem choro nem vela: o apresentador do SBT Gugu Liberato agora pode dizer o que quiser para justificar a farsa que promoveu no último domingo, ao exibir uma entrevista com supostos membros do PCC. No SBT, no entanto, não é segredo para ninguém que a entrevista que deu o que falar nesta semana passou pelo crivo do próprio Gugu antes de ir ao ar.
Aos sábados, no aconchego do lar, ele costuma assistir religiosamente a todas as reportagens que serão mostradas em seu programa no dia seguinte. No caso da entrevista com os sequestradores falsos, Gugu sabia dos riscos que corria e, mesmo assim, resolveu desafiar o bom senso. O afã lunático pela conquista do primeiro lugar nas pesquisas de audiência só pode acabar mesmo nesse tipo de encrenca.
Responda rápido: se Itamar Franco embarcou para a Itália levando 60 malas, quantas malas desembarcaram na embaixada brasileira na capital, Roma? Leva um picolé de limão quem respondeu 61 malas.
Não me sai da cabeça a imagem, estampada nas primeiras páginas dos jornais, de um jovem fotógrafo voando pelos ares depois de ter sido atingido pelo carro do carioca Gualter Salles, na prova de Stock Car de domingo passado, em Campo Grande (MS). A TV mostrou o desespero do piloto, chorando amparado pelos colegas, depois de saber que o fotógrafo Raphael Lima Pereira, 19, havia morrido.
Espero que Gualter, ótimo piloto e comentarista de primeira, consiga superar o trauma. Anos atrás, outro piloto que conheço muito bem também teve um acidente parecido e nunca mais sentou em um carro de corrida.
Em 1971, em uma 24 Horas de Interlagos, de noite, sob neblina e garoa, ele atropelou, na curva do Pinheirinho, um mecânico que subitamente atravessou a pista na sua frente.
Dias depois do acidente, esse piloto foi à casa dos pais do mecânico morto prestar condolências e oferecer ajuda. Mas o inverso aconteceu. Foi o pai do rapaz que acabou consolando o piloto. Entre os pertences do filho, ele havia encontrado um álbum repleto de fotos recortadas de revistas com imagens do mesmo homem a quem ele agora confortava. "Ele era seu fã", disse-lhe.
Mesmo tendo ocorrido em um autódromo, o acidente foi tratado como um atropelamento de trânsito e resultou em um inquérito. O piloto, Piero Gancia, meu pai, foi inocentado, mas nunca mais teve apetite para competir.
Artigo: Quantas malas Itamar levou para a Itália?
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Colunista da Folha de S.Paulo
Não tem choro nem vela: o apresentador do SBT Gugu Liberato agora pode dizer o que quiser para justificar a farsa que promoveu no último domingo, ao exibir uma entrevista com supostos membros do PCC. No SBT, no entanto, não é segredo para ninguém que a entrevista que deu o que falar nesta semana passou pelo crivo do próprio Gugu antes de ir ao ar.
Aos sábados, no aconchego do lar, ele costuma assistir religiosamente a todas as reportagens que serão mostradas em seu programa no dia seguinte. No caso da entrevista com os sequestradores falsos, Gugu sabia dos riscos que corria e, mesmo assim, resolveu desafiar o bom senso. O afã lunático pela conquista do primeiro lugar nas pesquisas de audiência só pode acabar mesmo nesse tipo de encrenca.
Responda rápido: se Itamar Franco embarcou para a Itália levando 60 malas, quantas malas desembarcaram na embaixada brasileira na capital, Roma? Leva um picolé de limão quem respondeu 61 malas.
Não me sai da cabeça a imagem, estampada nas primeiras páginas dos jornais, de um jovem fotógrafo voando pelos ares depois de ter sido atingido pelo carro do carioca Gualter Salles, na prova de Stock Car de domingo passado, em Campo Grande (MS). A TV mostrou o desespero do piloto, chorando amparado pelos colegas, depois de saber que o fotógrafo Raphael Lima Pereira, 19, havia morrido.
Espero que Gualter, ótimo piloto e comentarista de primeira, consiga superar o trauma. Anos atrás, outro piloto que conheço muito bem também teve um acidente parecido e nunca mais sentou em um carro de corrida.
Em 1971, em uma 24 Horas de Interlagos, de noite, sob neblina e garoa, ele atropelou, na curva do Pinheirinho, um mecânico que subitamente atravessou a pista na sua frente.
Dias depois do acidente, esse piloto foi à casa dos pais do mecânico morto prestar condolências e oferecer ajuda. Mas o inverso aconteceu. Foi o pai do rapaz que acabou consolando o piloto. Entre os pertences do filho, ele havia encontrado um álbum repleto de fotos recortadas de revistas com imagens do mesmo homem a quem ele agora confortava. "Ele era seu fã", disse-lhe.
Mesmo tendo ocorrido em um autódromo, o acidente foi tratado como um atropelamento de trânsito e resultou em um inquérito. O piloto, Piero Gancia, meu pai, foi inocentado, mas nunca mais teve apetite para competir.
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