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12/09/2003
-
15h50
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal vai apurar com rigor as denúncias de envolvimento de agentes no esquema comandado por Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, e acusado de ser um dos maiores contrabandistas de cigarro do país. A informação foi dada pelo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, durante a solenidade de formatura de 514 novos policiais, na Academia Nacional de Polícia.
As investigações do Ministério Público Federal sobre o caso apontam a ligação de mais de cem policiais, entre federais, militares e civis.
"Daremos todo o rigor necessário nessas apurações. O fato de serem policiais apenas nos sinaliza que devemos ter um cuidado redobrado para que a nossa instituição esteja livre desses maus elementos", afirmou.
Prisões
Lobão foi preso no último dia 3 de setembro, em São Paulo, numa operação que envolveu policiais de dois Estados. No mesmo dia, outras quatro pessoas foram detidas, entre elas um irmão de Lobão.
Na ação, a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em endereços que seriam usados pela quadrilha no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Ceará e na Paraíba.
Entre os documentos apreendidos nesses locais estariam pistas do envolvimento de juízes, policiais e políticos ligados ao esquema do suposto contrabandista.
Segundo o procurador da república Guilherme Schelb, que coordenou a investigação, a quadrilha vinha agindo desde 1977. 'Jamais tivemos contato com uma realidade em que tantos servidores públicos integravam efetivamente o crime organizado', afirmou Schelb ao Jornal Nacional.
Gravações telefônicas em que policiais paulistas aparecem falando sobre valores e serviços prestados integram a apuração da Procuradoria da República.
Acusações
De acordo com a apuração da Procuradoria da República do Distrito Federal, um grupo de PMs seria responsável por escoltar as carretas de cigarros contrabandeados que chegavam ao Estado. Policiais civis e federais cuidariam da proteção pessoal de Lobão e dos depósitos usados pela quadrilha como entrepostos de distribuição.
Lobão, que usava um escritório no centro de São Paulo, teria ligações com fábricas de cigarros do Paraguai e dominaria o comércio de cigarros clandestinos. O esquema montado por ele estaria faturando cerca de US$ 2 milhões por semana, conforme estimativa do Ministério Público Federal.
Pelo menos 30 policiais trabalhariam para ele na zona oeste e no centro da capital, outros dez na zona norte, mais 20 na região leste e 20 na zona sul. Outros 25 cuidariam da proteção pessoal dele. Eles estão sendo investigados, e os nomes não foram divulgados.
O esquema foi descoberto a partir de interceptações telefônicas pedidas pela Procuradoria da República à Justiça Federal, em Brasília, a partir de dezembro do ano passado. A Polícia Rodoviária Federal realizou as escutas.
Com Agência Brasil
PF vai apurar envolvimento de agentes com acusado de contrabando
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da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal vai apurar com rigor as denúncias de envolvimento de agentes no esquema comandado por Roberto Eleutério da Silva, conhecido como Lobão, e acusado de ser um dos maiores contrabandistas de cigarro do país. A informação foi dada pelo diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, durante a solenidade de formatura de 514 novos policiais, na Academia Nacional de Polícia.
As investigações do Ministério Público Federal sobre o caso apontam a ligação de mais de cem policiais, entre federais, militares e civis.
"Daremos todo o rigor necessário nessas apurações. O fato de serem policiais apenas nos sinaliza que devemos ter um cuidado redobrado para que a nossa instituição esteja livre desses maus elementos", afirmou.
Prisões
Lobão foi preso no último dia 3 de setembro, em São Paulo, numa operação que envolveu policiais de dois Estados. No mesmo dia, outras quatro pessoas foram detidas, entre elas um irmão de Lobão.
Na ação, a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em endereços que seriam usados pela quadrilha no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Ceará e na Paraíba.
Entre os documentos apreendidos nesses locais estariam pistas do envolvimento de juízes, policiais e políticos ligados ao esquema do suposto contrabandista.
Segundo o procurador da república Guilherme Schelb, que coordenou a investigação, a quadrilha vinha agindo desde 1977. 'Jamais tivemos contato com uma realidade em que tantos servidores públicos integravam efetivamente o crime organizado', afirmou Schelb ao Jornal Nacional.
Gravações telefônicas em que policiais paulistas aparecem falando sobre valores e serviços prestados integram a apuração da Procuradoria da República.
Acusações
De acordo com a apuração da Procuradoria da República do Distrito Federal, um grupo de PMs seria responsável por escoltar as carretas de cigarros contrabandeados que chegavam ao Estado. Policiais civis e federais cuidariam da proteção pessoal de Lobão e dos depósitos usados pela quadrilha como entrepostos de distribuição.
Lobão, que usava um escritório no centro de São Paulo, teria ligações com fábricas de cigarros do Paraguai e dominaria o comércio de cigarros clandestinos. O esquema montado por ele estaria faturando cerca de US$ 2 milhões por semana, conforme estimativa do Ministério Público Federal.
Pelo menos 30 policiais trabalhariam para ele na zona oeste e no centro da capital, outros dez na zona norte, mais 20 na região leste e 20 na zona sul. Outros 25 cuidariam da proteção pessoal dele. Eles estão sendo investigados, e os nomes não foram divulgados.
O esquema foi descoberto a partir de interceptações telefônicas pedidas pela Procuradoria da República à Justiça Federal, em Brasília, a partir de dezembro do ano passado. A Polícia Rodoviária Federal realizou as escutas.
Com Agência Brasil
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