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13/09/2003
-
07h00
LÍVIA MARRA
da Folha Online
Ruas escuras, telefones mudos e prejuízos para a população. Estas são algumas das consequências dos constantes furtos de fios e cabos nas ruas de São Paulo. Segundo dados da prefeitura, em todo o ano passado foram levados cerca de 300 km de fios e cabos sob responsabilidade do Ilume (Departamento de Iluminação Pública). Neste ano, até julho, já foram registrados 280 km de material furtado.
O prejuízo direto para a administração municipal foi estimado em 2002 em R$ 1,5 mi (cada metro de fio ou cabo custa cerca de R$ 5 para a prefeitura). O prejuízo total ficou em R$ 7,5 mi.
"Além do custo direto, existe o indireto, que são os acidentes [de trânsito, causado pelas ruas escuras] e os prejuízos para o comércio", disse Rafael Judeikis, diretor da Divisão de Manutenção e Controle da Rede Pública do Ilume.
Além da Ilume, a Eletropaulo, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Telefônica são algumas das vítimas dos furtos.
Cobre
O furto de fios e cabos não é novidade em São Paulo. No entanto, segundo o Ilume, os registros cresceram nos últimos três anos.
O interesse dos ladrões é o cobre e o alumínio. O material é vendido para ferros-velhos por, no máximo, R$ 4 o quilo, segundo a polícia. O delegado Valter Sérgio de Abreu, da 3ª Delegacia do Patrimônio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), não soube precisar quantos metros de fios equivalem ao quilo do material vendido. Os metais, geralmente, são derretidos antes de serem repassados.
De acordo com o Ilume, a primeira estratégia adotada pela prefeitura para reduzir os furtos foi trocar o cobre pelo alumínio, por ser mais barato. A alternativa, porém, não contribuiu para a queda nas ocorrências.
"Neste ano foram furtados 185 mil metros de [fios de] cobre e 95 mil metros de [fios de] alumínio", afirmou o diretor da Divisão de Manutenção e Controle da Rede Pública do Ilume.
Segundo ele, instalações subterrâneas foram feitas, mas não impediram os furtos.
Risco
Furtar fios e cabos nas ruas de São Paulo é uma atividade arriscada. Os ladrões se expõem ao risco de descargas elétricas e quedas.
"[Os ladrões] sobem em poste, amarram serra em bambu. Mas alguns são mais gabaritados", afirma o delegado da 3ª Delegacia do Patrimônio do Deic, especializada em furto de fio elétrico, telefônico e telegráfico instalado.
Para a fuga, usam carrinhos de mão, de feira ou caminhonetes --no caso de quadrilhas.
Prejuízos
A Eletropaulo registrou 565 ocorrências de furtos em 2002. Neste ano, até julho, foram registradas 656.
Segundo Antoninho Borghi, diretor da Central de Operações da empresa, o furto mais frequente --no caso da Eletropaulo-- "é o mais fácil": ramal de ligação de residência --que vai do poste até as casas.
Sem dar números, ele afirma que o prejuízo "é pequeno" em relação aos danos causados pela falta de energia à população.
De acordo com a Telefônica, no primeiro semestre deste ano foram furtados 1,3 mil km de fios no Estado, contabilizando prejuízo de R$ 21 milhões.
Ladrões
Dois tipos de ladrões de fios e cabos atuam em São Paulo, segundo classificação da Polícia Civil.
A grande maioria das ocorrências é atribuída a pessoas de classe baixa, que geralmente moram sob viadutos ou favelas da Grande São Paulo, e furtam, em média, 150 metros de fios e cabos por vez. Neste caso, os furtos são realizados, geralmente, para sobrevivência. Os ladrões costumam a agir acompanhados de menores de idade, que podem ser seus filhos.
Os furtos também são praticados por quadrilhas. Elas representam uma pequena parcela das ocorrências de furtos de fios e cabos, atuam geralmente no interior, furtam grandes quantidades e "trabalham" por encomenda. Os grupos usam caminhões para a fuga.
Pena
Se preso, o acusado deve responder por furto (1 a 4 anos de prisão), ou furto qualificado (2 a 8 anos de prisão). A pena pode aumentar se menores também forem detidos (corrupção de menores) ou se forem presos mais de três acusados (formação de quadrilha).
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Zona leste de SP é a principal vítima de fios e cabos, diz Ilume
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Furto de fios nas ruas de SP no 1º semestre se iguala a todo 2002
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da Folha Online
Ruas escuras, telefones mudos e prejuízos para a população. Estas são algumas das consequências dos constantes furtos de fios e cabos nas ruas de São Paulo. Segundo dados da prefeitura, em todo o ano passado foram levados cerca de 300 km de fios e cabos sob responsabilidade do Ilume (Departamento de Iluminação Pública). Neste ano, até julho, já foram registrados 280 km de material furtado.
O prejuízo direto para a administração municipal foi estimado em 2002 em R$ 1,5 mi (cada metro de fio ou cabo custa cerca de R$ 5 para a prefeitura). O prejuízo total ficou em R$ 7,5 mi.
"Além do custo direto, existe o indireto, que são os acidentes [de trânsito, causado pelas ruas escuras] e os prejuízos para o comércio", disse Rafael Judeikis, diretor da Divisão de Manutenção e Controle da Rede Pública do Ilume.
Além da Ilume, a Eletropaulo, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Telefônica são algumas das vítimas dos furtos.
Cobre
O furto de fios e cabos não é novidade em São Paulo. No entanto, segundo o Ilume, os registros cresceram nos últimos três anos.
O interesse dos ladrões é o cobre e o alumínio. O material é vendido para ferros-velhos por, no máximo, R$ 4 o quilo, segundo a polícia. O delegado Valter Sérgio de Abreu, da 3ª Delegacia do Patrimônio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), não soube precisar quantos metros de fios equivalem ao quilo do material vendido. Os metais, geralmente, são derretidos antes de serem repassados.
De acordo com o Ilume, a primeira estratégia adotada pela prefeitura para reduzir os furtos foi trocar o cobre pelo alumínio, por ser mais barato. A alternativa, porém, não contribuiu para a queda nas ocorrências.
"Neste ano foram furtados 185 mil metros de [fios de] cobre e 95 mil metros de [fios de] alumínio", afirmou o diretor da Divisão de Manutenção e Controle da Rede Pública do Ilume.
Segundo ele, instalações subterrâneas foram feitas, mas não impediram os furtos.
Risco
Furtar fios e cabos nas ruas de São Paulo é uma atividade arriscada. Os ladrões se expõem ao risco de descargas elétricas e quedas.
"[Os ladrões] sobem em poste, amarram serra em bambu. Mas alguns são mais gabaritados", afirma o delegado da 3ª Delegacia do Patrimônio do Deic, especializada em furto de fio elétrico, telefônico e telegráfico instalado.
Para a fuga, usam carrinhos de mão, de feira ou caminhonetes --no caso de quadrilhas.
Prejuízos
A Eletropaulo registrou 565 ocorrências de furtos em 2002. Neste ano, até julho, foram registradas 656.
Segundo Antoninho Borghi, diretor da Central de Operações da empresa, o furto mais frequente --no caso da Eletropaulo-- "é o mais fácil": ramal de ligação de residência --que vai do poste até as casas.
Sem dar números, ele afirma que o prejuízo "é pequeno" em relação aos danos causados pela falta de energia à população.
De acordo com a Telefônica, no primeiro semestre deste ano foram furtados 1,3 mil km de fios no Estado, contabilizando prejuízo de R$ 21 milhões.
Ladrões
Dois tipos de ladrões de fios e cabos atuam em São Paulo, segundo classificação da Polícia Civil.
A grande maioria das ocorrências é atribuída a pessoas de classe baixa, que geralmente moram sob viadutos ou favelas da Grande São Paulo, e furtam, em média, 150 metros de fios e cabos por vez. Neste caso, os furtos são realizados, geralmente, para sobrevivência. Os ladrões costumam a agir acompanhados de menores de idade, que podem ser seus filhos.
Os furtos também são praticados por quadrilhas. Elas representam uma pequena parcela das ocorrências de furtos de fios e cabos, atuam geralmente no interior, furtam grandes quantidades e "trabalham" por encomenda. Os grupos usam caminhões para a fuga.
Pena
Se preso, o acusado deve responder por furto (1 a 4 anos de prisão), ou furto qualificado (2 a 8 anos de prisão). A pena pode aumentar se menores também forem detidos (corrupção de menores) ou se forem presos mais de três acusados (formação de quadrilha).
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