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14/09/2003 - 16h49

Pelo desarmamento, 40 mil saem em passeata pela orla do Rio

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da Folha Online

Apesar da chuva, cerca de 40 mil pessoas participaram da passeata "Brasil Sem Armas", promovida pela organização não-governamental Viva Rio, que percorreu toda a orla de Copacabana (zona sul), de acordo com a avaliação do comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar, Dario Cony dos Santos.

O objetivo do protesto foi sensibilizar a Câmara dos Deputados para não adiar mais o projeto pelo desarmamento no país e aprovar o acordo fechado pelo Senado.

A caminhada, que começou às 11h e terminou por volta das 14h contou com parentes de vítimas de armas de fogo, além autoridades e artistas.

Também estiveram presentes familiares do comerciante sino-brasileiro Chan Kim Chang, morto após ter sido encontrado em coma em um presídio, e da estudante Gabriela Prado Maia Ribeiro, 14, vítima de uma bala perdida na estação do Metrô São Francisco Xavier.

A Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil montou um estande no calçadão da praia de Copacabana, para recolher armas. Dois delegados e seis agentes orientaram as pessoas sobre como se desfazerem delas. Dezesseis pessoas cadastraram 21 armas, que serão devem ser entregues em breve aos policiais.

"O cidadão está se conscientizando da importância do desarmamento. Em poucas horas foram entregues 33% do total de armas arrecadadas em todo o ano passado. Essa conscientização se deve também às medidas que o governo do Estado toma em relação à restrição do uso de armamento", disse o delegado, Luiz Carlos dos Santos.

Estatuto

O Estatuto do Desarmamento foi aprovado no Senado em julho, mas não entrou na pauta para votação na Câmara. Pelo projeto, passa a existir apenas o porte de arma federal (hoje é concedido também pelos Estados). Os crimes de portar, deter, fabricar, vender e emprestar arma de fogo, acessório ou munição tornam-se inafiançáveis. Os secretários estaduais de Segurança, no entanto, querem que os Estados continuem responsáveis pela emissão do porte de arma, que rende R$ 1,5 bilhão por ano.

Segundo João Paulo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, o Estatuto do Desarmamento deverá ser votado entre os dias 23 e 30 deste mês pela Câmara. Na terça-feira, o parecer da relatora Laura Carneiro (PLF-RJ), que abranda as restrições ao porte de arma, deve ser apreciado na Comissão de Segurança Pública. Ela não participou da caminhada.

Na próxima semana, o relator da Comissão de Constituição e Justiça, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), apresenta o seu parecer sobre o projeto, que em seguida vai a plenário.

"Mulheres Apaixonadas"

Os atores da novela "Mulheres Apaixonadas", da Globo, se juntaram ao protesto "Brasil Sem Armas". A idéia foi do autor da trama, Manoel Carlos, que vai incluir a participação dos atores na novela.

"Quando senti a polêmica que cercou a bala perdida que matou Fernanda [Vanessa Gerbelli], percebi a força que eu daria à causa se promovesse uma passeata com os amigos da personagem", diz o autor.

Entre os atores estavam Christiane Torloni (Helena), Susana Vieira (Lorena), Camila Pitanga (Luciana), Tony Ramos (Téo), Erik Marmo (Cláudio) e Carolina Dieckmann (Edwiges), que foram à frente da passeata cercados por seguranças.

Políticos

O secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, iniciou sua caminhada na altura da rua Bolívar, junto de sua filha Clarissa Matheus e foi vaiado por parte dos manifestantes e hostilizado com gritos de "fora Garotinho" e "você é quem fez isso com o nosso Estado".

Protegido por um cordão de isolamento formado por correligionários, o secretário disse não ter ouvido nada: "O que eu senti foi muito carinho e atenção".

Também estiveram presentes na manifestação o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), relator do estatuto do desarmamento, o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Colaborou a Folha de S.Paulo, no Rio
 

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