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22/08/2000 - 20h08

Relator da ONU recebe relatório com decisões do TJ sobre Febem

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GABRIELA ATHIAS
da Folha de S.Paulo

O relator especial do comitê contra a tortura da ONU (Organização das Nações Unidas), Nigel Rodley, deverá questionar o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Márcio Bonilha, sobre a atitude do tribunal em relação à Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).

Nos últimos 12 meses, o tribunal derrubou dez liminares concedidas em primeira instância. As medidas determinavam basicamente que a Febem reformasse unidades, evitasse a superlotação e implantasse projetos pedagógicos previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Rodley foi durante muitos anos chefe da Divisão Jurídica da Anistia Internacional. No último relatório, divulgado em julho, em Londres, a entidade criticou a atitude do tribunal paulista.

A Folha apurou que, desde sua chegada ao Brasil, Rodley encontrou-se extra-oficialmente com técnicos e consultores ligados à Anistia e a outras entidades de defesa de direitos humanos.

Em reportagem publicada no domingo, Bonilha disse à Folha que a interpretação política da derrubada das liminares é "coisa de promotores inconformados que estão querendo levantar bandeiras não sei a que propósito e que mandam fotografias para órgãos externos, que não deveriam se intrometer", numa referência indireta à Anistia.

Segundo Bonilha, as decisões do tribunal visam a "manutenção da ordem e do interesse público".

As declarações de Bonilha foram traduzidas para o inglês e comporão o relatório sobre tortura que quatro entidades de direitos humanos entregam hoje, em São Paulo, a Rodley.

O relatório, que será apresentado à imprensa às 13h, terá 20 casos considerados "exemplares" de tortura, ocorridos em cadeias públicas e presídios do Estado.

Além disso, há 17 casos de maus-tratos e violência ocorridos em unidades da Febem.

Rodley também receberá o vídeo do caso da Favela Naval, ocorrido em 97. As imagens registram policiais militares espancando e constrangendo moradores.

O relatório terá pelo menos 20 fotografias. A Folha teve acesso a 14 fotos em que aparecem detentos com marcas de tortura, que incluem choque elétrico no pênis.

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