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19/09/2003
-
03h21
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A Polícia Federal acredita que Pernambuco tornou-se um dos Estados mais importantes do país na rota dos contrabandistas de cigarros chefiados por Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.
Geograficamente localizado no centro do Nordeste, principal destino das cargas vindas do Paraguai, e dividindo fronteira com cinco dos outros oito Estados da região, Pernambuco tornou-se nos últimos anos o campeão nacional em apreensões de cigarros contrabandeados, segundo a PF.
Em dois anos e meio, 8.475 caixas do produto, o equivalente a 4.237.500 carteiras, foram recolhidas pelos policiais federais em ações feitas nas regiões do Agreste e do sertão. O valor total da carga é estimado em R$ 3.386.055,20 -sem contar as 102 caixas recolhidas em agosto, que ainda não foram avaliadas pelos peritos.
A quantia parece muito, mas ainda é pouca diante dos US$ 2 milhões (R$ 5,9 milhões) que o grupo de Lobão movimentaria por semana no país, segundo o Ministério Público Federal.
As apreensões, porém, são relevantes para as investigações. Elas indicariam, segundo o superintendente da PF no Estado, Wilson Damázio, a forte presença da quadrilha na região. O serviço de inteligência da instituição, que rastreia a rota do contrabando, já constatou que o transporte é feito sempre por via terrestre.
As cargas são trazidas da região Sudeste e levadas para galpões espalhados no interior pernambucano, onde são divididas e depois distribuídas em veículos menores para outras cidades.
Depósitos usados como entrepostos do contrabando de cigarros já foram encontrados pela PF no município sertanejo de Serra Talhada e, no Agreste do Estado, em Caruaru, Bezerros e Gravatá.
Do sertão, os contrabandistas teriam facilidade de acesso, pela proximidade, com o sul do Piauí, sul do Ceará e norte da Bahia. Do Agreste, poderiam se deslocar, com economia de percurso, para o oeste da Paraíba e de Alagoas, além do Rio Grande do Norte.
O destino final da mercadoria normalmente são os grandes centros de compras populares, como a feira de Caruaru, os "camelódromos" e os mercados públicos.
Nesses locais, o cigarro contrabandeado é vendido, em carteiras ou unidades, em média 50% mais barato em relação às mesmas marcas legalizadas no país.
Pessoas presas durante as ações da PF em Pernambuco confirmam esse roteiro. Só neste ano, nove acusados de contrabandear o produto foram flagrados pelos policiais federais no Estado.
Cinco deles foram presos em 1º de abril, em Bezerros, com 25 mil pacotes de cigarros contrabandeados. Interrogados, eles disseram que a carga foi recebida em um posto de combustível localizado no início da via Dutra, em São Paulo, para ser entregue em Bezerros. Em Pernambuco, disseram, a mercadoria seria comercializada na feira de Caruaru e na região metropolitana de Recife.
Pernambuco é Estado-chave na rota do contrabando de cigarros
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da Agência Folha, em Recife
A Polícia Federal acredita que Pernambuco tornou-se um dos Estados mais importantes do país na rota dos contrabandistas de cigarros chefiados por Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.
Geograficamente localizado no centro do Nordeste, principal destino das cargas vindas do Paraguai, e dividindo fronteira com cinco dos outros oito Estados da região, Pernambuco tornou-se nos últimos anos o campeão nacional em apreensões de cigarros contrabandeados, segundo a PF.
Em dois anos e meio, 8.475 caixas do produto, o equivalente a 4.237.500 carteiras, foram recolhidas pelos policiais federais em ações feitas nas regiões do Agreste e do sertão. O valor total da carga é estimado em R$ 3.386.055,20 -sem contar as 102 caixas recolhidas em agosto, que ainda não foram avaliadas pelos peritos.
A quantia parece muito, mas ainda é pouca diante dos US$ 2 milhões (R$ 5,9 milhões) que o grupo de Lobão movimentaria por semana no país, segundo o Ministério Público Federal.
As apreensões, porém, são relevantes para as investigações. Elas indicariam, segundo o superintendente da PF no Estado, Wilson Damázio, a forte presença da quadrilha na região. O serviço de inteligência da instituição, que rastreia a rota do contrabando, já constatou que o transporte é feito sempre por via terrestre.
As cargas são trazidas da região Sudeste e levadas para galpões espalhados no interior pernambucano, onde são divididas e depois distribuídas em veículos menores para outras cidades.
Depósitos usados como entrepostos do contrabando de cigarros já foram encontrados pela PF no município sertanejo de Serra Talhada e, no Agreste do Estado, em Caruaru, Bezerros e Gravatá.
Do sertão, os contrabandistas teriam facilidade de acesso, pela proximidade, com o sul do Piauí, sul do Ceará e norte da Bahia. Do Agreste, poderiam se deslocar, com economia de percurso, para o oeste da Paraíba e de Alagoas, além do Rio Grande do Norte.
O destino final da mercadoria normalmente são os grandes centros de compras populares, como a feira de Caruaru, os "camelódromos" e os mercados públicos.
Nesses locais, o cigarro contrabandeado é vendido, em carteiras ou unidades, em média 50% mais barato em relação às mesmas marcas legalizadas no país.
Pessoas presas durante as ações da PF em Pernambuco confirmam esse roteiro. Só neste ano, nove acusados de contrabandear o produto foram flagrados pelos policiais federais no Estado.
Cinco deles foram presos em 1º de abril, em Bezerros, com 25 mil pacotes de cigarros contrabandeados. Interrogados, eles disseram que a carga foi recebida em um posto de combustível localizado no início da via Dutra, em São Paulo, para ser entregue em Bezerros. Em Pernambuco, disseram, a mercadoria seria comercializada na feira de Caruaru e na região metropolitana de Recife.
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