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30/09/2003 - 23h00

Grupo que tumultuou hospital em Salvador é indiciado por homicídio

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A Polícia Civil de Salvador indiciou por homicídio doloso e lesões corporais as quatro pessoas, entre elas uma estudante universitária, que durante a madrugada teriam agredido funcionários do hospital São Jorge, em Roma (cidade baixa).

Diretora do hospital, Lígia Woolf, 54, disse que o tumulto aconteceu por volta da 1h, quando a médica Geisa Bulhos Cerqueira Albuquerque prestava atendimento ao aposentado Roque de Jesus Santos, 68, que apresentava graves problemas cardíacos e respiratórios.

De acordo com Lígia, no mesmo horário, chegaram ao hospital quatro pessoas --a estudante de direção teatral Ana Carla de Oliveira, 30, e seus amigos Ricardo Ivernon Vieira, 33, Helias Eduardo Barbetta, 20, e Rômulo Otávio Carvalho Dórea, 20.

"Todos estavam completamente alcoolizados e, aparentemente, sob o efeito de outras drogas. Ainda na enfermaria, eles exigiram atendimento imediato", disse a diretora do hospital.

Agressões

Inconformados com a "demora" no atendimento, os quatro amigos teriam espancado inicialmente dois funcionários do hospital. "Em seguida, eles também desferiram socos e pontapés no médico Antonio Fernando Alban, que estava trabalhando no plantão."

Segundo Lígia, a universitária Ana Carla, quando percebeu a confusão, deixou a maca e também passou a agredir funcionários. "Um servente recebeu uma mordida no braço", disse a diretora.

Durante a confusão, que somente terminou com a chegada da PM, às 2h35, o aposentado morreu. "Não podemos relacionar a confusão à morte do aposentado. Na realidade, ele estava passando muito mal", disse a coordenadora médica do hospital, Cleuza Basílio, 52.

No entanto, a coordenadora admitiu que, com medo de ser agredida, a médica Geisa Albuquerque interrompeu "por alguns minutos" o atendimento ao seu paciente. Cleuza disse também que os dois seguranças que estavam de plantão no hospital não conseguiram conter a fúria dos quatro amigos.

"Eles estavam completamente transtornados. Em meio às agressões, disseram que estavam armados e que poderiam provocar uma tragédia, matando funcionários e pacientes."

Uma telefonista do hospital, que percebeu todo o tumulto, pediu reforço policial. Com a chegada de oito soldados, os quatro amigos foram presos.

"Eles confessaram que beberam um pouco durante uma festa, mas descartaram o uso de drogas mais pesadas", disse a delegada Elza Bonfim.

Em seu primeiro depoimento à PM, Ana Carla disse que não se envolveu na confusão. "Eu apenas tentei contornar a situação, já que os ânimos estavam realmente exaltados." A universitária disse também que os seus amigos receberam provocações por parte de três funcionários do hospital.

"Não houve nenhuma demora no atendimento aos quatro colegas. Na realidade, a média agiu corretamente, ao dar preferência a um paciente com graves problemas cardíacos", disse Cleuza.

A delegada disse que os quatro acusados serão ouvidos no final da tarde de amanhã. Se condenados por homicídio doloso (com intenção de matar) eles podem pegar de 6 a 20 anos de detenção. Para o crime de lesões corporais a pena vai de 3 meses a um ano de prisão.

O advogado Artur José Pires Veloso, 48, contratado pela família dos acusados, ingressou na Justiça com uma ação pedindo o relaxamento da prisão. De acordo com o advogado, não existe comprovação do envolvimento dos quatro amigos no crime.
 

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