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02/10/2003 - 23h31

CPI investiga envolvimento de Zequinha Barbosa em crimes sexuais

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A CPI do Congresso, que investiga uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, começou a apurar hoje em Campo Grande o envolvimento do ex-campeão mundial de atletismo Zequinha Barbosa, 42, seu assessor Luiz Otávio e dos vereadores César Disney (PT), 43, e Robson Martins (PSDB), 40, em crimes de abuso sexual.

A presidente da CPI, a senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), disse que existem no país 241 rotas de tráfico e exploração de mulheres e crianças, incluindo uma na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Ela definiu como grave o caso que envolve Zequinha e os vereadores, investigado em Campo Grande.

Denunciados pelo Ministério Público, Disney e Martins foram presos e ficaram duas semanas na cadeia. Na terça-feira, conseguiram habeas corpus no Tribunal de Justiça. Os dois são acusados de estupro, atentado violento ao pudor e abuso sexual contra crianças.

A vítima, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, é a adolescente D.N.M., 13. Ela prestou depoimento na polícia em agosto e teria dito que desde os 10 anos de idade mantinha relações sexuais com os vereadores.

No dia 26, Zequinha foi indiciado no inquérito policial aberto pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente para apurar abuso sexual contra a adolescente.

Os dois vereadores de Campo Grande afirmam que são inocentes. "Não tenho boate nem bordel para ser acusado de exploração sexual", afirmou Martins.

Os dois vereadores seriam ouvidos em audiência pública no início da noite desta quinta-feira. Saboya e a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ouviam pelo menos duas adolescentes que sustentam acusação contra os vereadores.

Zequinha

O advogado Abadio Rezende, que defende Zequinha, disse hoje à Agência Folha que o ex-atleta manteve contato com a família de D.N.M. a pedido do assessor Luiz Otávio.

Segundo Rezende, Otávio "estava interessado" na adolescente e pediu a Zequinha para fazer uma visita à família dela para discutir a inclusão em um programa social.

Ainda segundo o advogado, o ex-atleta manteve apenas uma conversa rápida e orientou a família a procurar ajuda do governo do Estado. Esse teria sido o único envolvimento de Zequinha. "Ele está tranquilo", afirmou Rezende, que hoje entregou à CPI uma carta do ex-atleta "se colocando à disposição para o depoimento".

Responsável pela defesa de Otávio, o advogado Rui Lacerda disse que o assessor só falará em juízo e que o inquérito policial corre em segredo de Justiça.
 

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