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08/10/2003 - 12h27

Motorista é multado, discute com PM que operava radar e morre

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MILENA BUOSI
da Folha Online

Após ser multado por um radar, o comerciante Samuel Escobar Carrasco, 31, foi assassinado com um tiro no peito nesta madrugada ao discutir com um policial militar que fazia "bico" como segurança e operador do aparelho na rua Doutor Assis Ribeiro, na região da Vila Jacuí, zona leste de São Paulo.

O policial Carlos Roberto Valeriano, 47, lotado no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), se apresentou na delegacia duas horas após o crime. Ele foi indiciado por homicídio doloso (com intenção) e liberado. O policial alegou legítima defesa.

Segundo o setor de Comunicação Social da Polícia Militar, Valeriano foi encaminhado à Corregedoria da corporação. Por meio de nota, a PM informou que a Corregedoria "está acompanhando o caso e adotará todas as providências legais e administrativas que o caso requer para que o policial seja responsabilizado por seus atos". Valeriano está na PM há 24 anos.

Multa

O comerciante trafegava pela avenida, por volta da 1h, em seu Vectra com a mulher, a professora Rita de Cássia Paganini, quando se irritou quando percebeu que havia sido fotografado pelo radar. Segundo a Polícia Civil, Carrasco desceu do veículo e seguiu em direção ao policial militar e ao operador Washington Luiz dos Santos Bastos, 30, para tomar satisfações.

Conforme a polícia, o comerciante passou a chutar o radar, discutiu com o policial e o operador e tentou agredir Valeriano. O PM disse na delegacia que a vítima fez um movimento como se fosse sacar uma arma e, então, atirou contra ele. Carrasco não estava armado.

A mulher da vítima, desesperada, tentou levar o comerciante para o hospital, mas não conseguiu dirigir o veículo. Ela foi auxiliada pelo carro do Resgate. Encaminhado ao hospital Tide Setúbal, Carrasco não resistiu ao ferimento.

Investigação

"Precisamos clarear melhor os fatos, mas antes temos de ouvir a mulher da vítima e os funcionários da empresa responsável pelo radar", afirmou o titular do 62º DP (Jardim Popular), delegado Gilmar Pasquini Contrera. As testemunhas deverão prestar depoimento até sexta-feira.

"As pessoas que se sentem prejudicadas por um ato praticado pela administração pública precisam recorrer aos meios legais, e nunca usar violência ou tentar fazer justiça com as próprias mãos", disse o delegado. "As pessoas querem resolver as coisas no ato. Elas se excedem, outros envolvidos no caso também se exaltam e assim ocorrem as tragédias."

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