24/08/2000 - 12h14

Suposto toque de recolher mobiliza polícia de São Bernardo do Campo

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Um suposto toque de recolher voltou a assustar os moradores de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Segundo o comandante da área do 6º Batalhão da Polícia Militar, coronel Teixeira, a PM recebeu hoje quatro ligações informando sobre o toque de recolher, que teria sido imposto por traficantes.

Dez viaturas, além do helicóptero Águia, da Polícia Militar, foram para a região da Estrada do Alvarenga, no bairro Sítio Bom Jesus. No entanto, segundo Teixeira, as informações passadas eram falsas.

"Está tudo normal. O comércio está aberto. Isso é coisa de alguém que queria desviar a atenção da polícia, que está trabalhando na captura dos fugitivos da Cadeia Pública", garantiu.

Na madrugada de hoje, um grupo de presos conseguiu ganhar as ruas da cadeia, anexa ao 1º Distrito Policial, por um túnel. Pouco antes, três rapazes haviam sido detidos próximos do local, e confessaram que facilitariam a fuga, transportando os presos.

Na terça-feira da semana retrasada (15), a morte do traficante Vagner dos Santos, dentro da Cadeia Pública, levou os bandidos a implantarem o toque de recolher na região da favela de Vila Ferreira.

Ontem, uma outra morte teria colocado os moradores em estado de alerta. Para o coronel Teixeira, um equívoco que pode ter resultado em uma grande confusão. "O rapaz morreu em um acidente de moto, e não há informações de que ele tenha relação com o tráfico. O velório está sendo realizado sem nenhum problema", disse.

Também segundo Teixeira, as ligações para a PM podem ter sido feitas por moradores que queriam a presença da polícia no bairro.

A polícia permanece na Estrada do Alvarenga, revistando pedestres e veículos. Até o momento, duas motos foram apreendidas. Um levantamento será feito para verificar se são roubadas.

Desde o toque de recolher imposto dia 15, quatro traficantes já foram presos por policiais do Denarc (Departamento de Narcóticos). Dois deles foram presos ontem, através de uma denúncia anônima. O líder da quadrilha, Edval Ferreira Lima, o Ceará, está foragido.

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