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03/11/2003 - 15h18

Cinco acusados de tráfico na favela Paraisópolis são presos

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da Folha Online

Cinco acusados de distribuir maconha, cocaína e crack na favela Paraisópolis, no Morumbi, zona oeste de São Paulo, foram presos pela Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos).

Investigadores disseram também terem identificado dois integrantes da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) --presidiários que organizavam o tráfico e espalhavam violência na região, por meio de ligações celulares feitas da cadeia.

No último dia 20, uma chacina na favela deixou três pessoas mortas e duas feridas. Com medo de traficantes, o comércio na região fechou.

"Foram três meses de investigações para dar um fim ao domínio
dos traficantes na favela Paraisópolis", disse o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc. "Trata-se de traficantes perigosos que impuseram o controle do tráfico na favela através da violência, como os assassinatos recentes."

Estão presos o técnico em eletrônica Márcio de Souza Inês Andrade, 28, o Marcinho, o desempregado Luiz Carlos Silva de Almeida, 20, o Luizinho, o motoboy Paulo Costa Ferreira, 30, o Paulinho, o ajudante de pedreiro Silvano Nascimento de Jesus, 25, o Pelezinho, e a desempregada Cláudia Ferreira Sena, 24, a Claudinha.

Luizinho, um dos acusados de assassinatos na favela, é filho de Ercílio Oliveira de Almeida Filho, 37, o Juiz. Preso na cadeia de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, Juiz é um dos líderes do PCC que comanda o esquema de tráfico na favela, segundo a polícia. O outro chefe da organização criminosa envolvido foi identificado como Wagner Almeida de Menezes, 39, o Waguinho, preso no Cadeião de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

Na prisão dos cinco acusados, além de 16 quilos de maconha, várias caixas de uísque falsificado foram apreendidas.

"Grande mercado"

A investigação de tráfico de drogas na Paraisópolis começou no início de agosto. Em relatório do dia 19, policiais da 5ª Dise (delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Denarc) já tinham detectado que traficantes do PCC começavam a dominar a favela.

Segundo a polícia, a intenção do PCC era a de montar na favela Paraisópolis uma grande centro de tráfico. Em monitoramento telefônico do Denarc, Waguinho (que já estava preso) disse a Marcinho que pretendia "arregimentar um time de 50 homens, um exército para enfrentar a resistência dos moradores e as ações da polícia" no local.

Na avaliação da facção, a favela representaria um "grande mercado não explorado e sem concorrência".

Nas ligações, os acusados falavam abertamente, segundo o Denarc, do funcionamento do tráfico de drogas, como o abastecimento dos pontos de
venda. Além disso, as conversas abordaram ainda casos de roubos, sequestros, estelionatos e falsificação de bebidas.

Organograma

Para entender o esquema do tráfico, policiais do Denarc fizeram o organograma da organização dos traficantes na favela. Na hierarquia do bando, Marcinho era o "braço operacional" dos líderes do PCC, na implantação do tráfico na Paraisópolis.

A operação de desmonte da quadrilha começou na madrugada de sexta-feira. Foram feitas prisões na rodovia Regis Bittencourt, na favela Adutora, zona sul da capital, em Juquitiba, Grande São Paulo, e na própria Paraisópolis.

A equipe do delegado Fábio Guimarães passou o final de semana tentando localizar outros três acusados: Dimas de Souza Oliveira e dois traficantes conhecidos como Caveirinha e Ricardo Gordo, que estão foragidos.
 

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