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03/11/2003
-
17h46
da Folha Online
Dez bases da Polícia Militar e uma da Guarda Civil Metropolitana foram alvos de atentados entre ontem e hoje em São Paulo. Dois PMs morreram. Sete pessoas ficaram feridas --cinco policiais e dois guardas civis. Ninguém foi preso.
Para o cabo Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, as ações foram orquestradas pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em represália a prisões e apreensões de drogas realizadas pela corporação.
O secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou, durante entrevista coletiva, que a polícia ainda não tem indícios de que os crimes estejam relacionados e que tenham sido organizados pela facção. No entanto, segundo ele, todas as hipóteses são investigadas.
Abreu Filho admitiu que a polícia recebeu informações de que atentados ocorreriam entre os dias 1 e 2 de novembro. O Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) também teria cedido informações para a Polícia Militar sobre os atentados, mas nada foi investigado. Segundo Abreu Filho, o Deic recebe várias denúncias sobre atentados, entre elas muitos trotes.
"Havia um 'zumzumzum' dentro das penitenciárias sobre possíveis ataques que poderiam ocorrer. Por isso, foi montado um estado de alerta em delegacias e entre os policiais", disse o secretário.
Reivindicações
A Associação de Cabos e Soldados reivindica blindagem nas bases da Polícia Militar. De acordo com Morais, as reivindicações são feitas desde 2000 e incluem o aumento do número de policiais por unidade.
Segundo a associação, apenas um policial estava na base atacada no Guarujá, litoral paulista. Em outras duas bases, localizadas na capital, eram dois homens por unidade.
Outra reivindicação da associação é a volta do setor de inteligência da PM --o Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância). O grupo foi extinto no ano passado, após denúncias de irregularidades.
A reportagem procurou a Polícia Militar para comentar as reivindicações, mas ainda não obteve resposta.
Ataques
A primeira ação ocorreu na madrugada de ontem. Um grupo de homens armados disparou mais de dez tiros contra uma base móvel da PM, na Bela Vista, centro da capital. Um soldado foi ferido na mão, braços e pernas.
No final da tarde de ontem, em Santo André, ABC paulista, dois homens que estavam em uma Parati lançaram uma granada contra uma base móvel da PM que fazia ronda na avenida Industrial. O artefato não explodiu. Depois, uma base da PM na região da Fazenda da Juta e outra em Cidade Tiradentes, na zona leste, foram alvejadas. Um outro atentado ocorreu no Jardim Prudência, zona sul.
Uma base comunitária da Guarda Civil Metropolitana localizada em Sapopemba, zona leste, também foi atacada. Os disparos foram feitos por dois homens que estavam em um carro. Um PM e dois guardas que estavam no local foram atingidos.
Em Perus, zona norte de São Paulo, uma base da Polícia Militar foi atingida por tiros. Pelo menos dois homens dispararam rajadas de metralhadora contra a base comunitária. O sargento Fábio Soares morreu e um soldado ficou gravemente ferido.
Na madrugada de hoje, o cabo Pedro Cassiano da Cunha foi morto e um soldado ficou ferido no Horto Florestal, zona norte. Outros ataques aconteceram em Itaquera, na zona leste.
No Guarujá, litoral de São Paulo, dois homens em uma moto atiraram contra um posto da polícia. Um policial foi ferido gravemente. Em São Vicente, também no litoral, uma base móvel da PM foi alvejada com tiros de fuzil e metralhadora.
Uma granada foi encontrada na manhã de hoje sob um carro estacionado no pátio do 43º Distrito Policial (Cidade Ademar), zona sul de São Paulo. O artefato foi detonado pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e enviado para perícia.
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Dez bases da Polícia Militar e uma da Guarda Civil Metropolitana foram alvos de atentados entre ontem e hoje em São Paulo. Dois PMs morreram. Sete pessoas ficaram feridas --cinco policiais e dois guardas civis. Ninguém foi preso.
Para o cabo Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM, as ações foram orquestradas pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em represália a prisões e apreensões de drogas realizadas pela corporação.
O secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou, durante entrevista coletiva, que a polícia ainda não tem indícios de que os crimes estejam relacionados e que tenham sido organizados pela facção. No entanto, segundo ele, todas as hipóteses são investigadas.
Abreu Filho admitiu que a polícia recebeu informações de que atentados ocorreriam entre os dias 1 e 2 de novembro. O Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) também teria cedido informações para a Polícia Militar sobre os atentados, mas nada foi investigado. Segundo Abreu Filho, o Deic recebe várias denúncias sobre atentados, entre elas muitos trotes.
"Havia um 'zumzumzum' dentro das penitenciárias sobre possíveis ataques que poderiam ocorrer. Por isso, foi montado um estado de alerta em delegacias e entre os policiais", disse o secretário.
Reivindicações
A Associação de Cabos e Soldados reivindica blindagem nas bases da Polícia Militar. De acordo com Morais, as reivindicações são feitas desde 2000 e incluem o aumento do número de policiais por unidade.
Segundo a associação, apenas um policial estava na base atacada no Guarujá, litoral paulista. Em outras duas bases, localizadas na capital, eram dois homens por unidade.
Outra reivindicação da associação é a volta do setor de inteligência da PM --o Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância). O grupo foi extinto no ano passado, após denúncias de irregularidades.
A reportagem procurou a Polícia Militar para comentar as reivindicações, mas ainda não obteve resposta.
Ataques
A primeira ação ocorreu na madrugada de ontem. Um grupo de homens armados disparou mais de dez tiros contra uma base móvel da PM, na Bela Vista, centro da capital. Um soldado foi ferido na mão, braços e pernas.
No final da tarde de ontem, em Santo André, ABC paulista, dois homens que estavam em uma Parati lançaram uma granada contra uma base móvel da PM que fazia ronda na avenida Industrial. O artefato não explodiu. Depois, uma base da PM na região da Fazenda da Juta e outra em Cidade Tiradentes, na zona leste, foram alvejadas. Um outro atentado ocorreu no Jardim Prudência, zona sul.
Uma base comunitária da Guarda Civil Metropolitana localizada em Sapopemba, zona leste, também foi atacada. Os disparos foram feitos por dois homens que estavam em um carro. Um PM e dois guardas que estavam no local foram atingidos.
Em Perus, zona norte de São Paulo, uma base da Polícia Militar foi atingida por tiros. Pelo menos dois homens dispararam rajadas de metralhadora contra a base comunitária. O sargento Fábio Soares morreu e um soldado ficou gravemente ferido.
Na madrugada de hoje, o cabo Pedro Cassiano da Cunha foi morto e um soldado ficou ferido no Horto Florestal, zona norte. Outros ataques aconteceram em Itaquera, na zona leste.
No Guarujá, litoral de São Paulo, dois homens em uma moto atiraram contra um posto da polícia. Um policial foi ferido gravemente. Em São Vicente, também no litoral, uma base móvel da PM foi alvejada com tiros de fuzil e metralhadora.
Uma granada foi encontrada na manhã de hoje sob um carro estacionado no pátio do 43º Distrito Policial (Cidade Ademar), zona sul de São Paulo. O artefato foi detonado pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e enviado para perícia.
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