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03/11/2003
-
21h12
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
Os atentados contra unidades da Polícia Militar no Guarujá, na madrugada de hoje, e em São Vicente, na noite de ontem, reforçam indícios deixados por ações anteriores de que a Baixada Santista seja uma base preferencial de operações do PCC, embora autoridades policiais e do Ministério Público não concordem com a tese.
No Guarujá, por volta das 3h de hoje, dezenas de disparos efetuados contra o posto comunitário da PM no bairro Santa Cruz dos Navegantes (periferia da cidade) deixaram ferido o soldado Fernando da Silva Bezerra --alvejado com sete tiros--, quebraram vidros e atingiram móveis e computadores.
Em São Vicente, um grupo a bordo de uma perua Fiat Fiorino abriu fogo às 22h de ontem contra uma Sprinter que serve de base móvel da Polícia Militar e estava estacionada no cruzamento entre a Linha Amarela e a rodovia dos Imigrantes.
Quatorze tiros atingiram o veículo, mas nenhum acertou algum dos dois policiais de plantão. "Os disparos sequenciais deram aos policiais a impressão de que se tratavam de tiros de metralhadora", disse o major Edinaldo Cirino dos Santos. Os criminosos fugiram em direção à área continental (periferia do município), onde a Fiorino foi abandonada e incendiada.
Até o fim da tarde nenhum dos autores dos dois atentados foi preso. No Guarujá, investigadores estavam no encalço de quatro homens que à noite teriam se deslocado de Santos em direção ao município pelo serviço de travessia de balsas que liga as duas cidades.
Sem ligação
O delegado Milson Sérgio Calves, titular do município, diz não encontrar relação entre o caso de hoje e eventuais ações do PCC no município. Ele faz a avaliação com base no universo de 350 presos da cadeia local, a maioria, segundo afirmou, vinculada ao CDL (Comando Democrático da Liberdade), facção rival do PCC.
Para o promotor Márcio Sérgio Cristino, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público Estadual), os dois casos não indicam, necessariamente, uma opção do PCC pela Baixada Santista como base operacional.
"Não conheço nenhuma especificidade, a não ser o fato de se atribuir ao Gulu o domínio do PCC e o controle do tráfico na região do litoral", afirmou. Detido na penitenciária de Presidente Bernardes, Sandro Henrique da Silva Santos, o "Gulu", é um dos atuais líderes da facção criminosa.
Ocorrências
No último dia 5, a Polícia Civil prendeu em Santos Robson Lima Ferreira, o "Marcolinha", cujo apelido decorre dos estreitos laços que o unem a Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", outra liderança do PCC encarcerada em Presidente Bernardes.
Em fevereiro, houve outra prisão de um acusado de manter vínculos com o PCC, o então presidente da torcida organizada Sangue Jovem, do Santos Futebol Clube, Ricardo Przygoda, acusado pela polícia de fazer negócios com tráfico de drogas para a organização.
O atentado ao fórum de São Vicente, que matou um estagiário de direito e deixou um vigia ferido, em fevereiro do ano passado, também foi atribuído ao PCC. Todos os acusados pelo crime foram presos. No mês anterior, também em São Vicente, um ônibus com 17 funcionários das penitenciárias 1 e 2 sofreu uma emboscada na rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Um agente morreu e oito ficaram feridos.
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da Agência Folha, em Santos
Os atentados contra unidades da Polícia Militar no Guarujá, na madrugada de hoje, e em São Vicente, na noite de ontem, reforçam indícios deixados por ações anteriores de que a Baixada Santista seja uma base preferencial de operações do PCC, embora autoridades policiais e do Ministério Público não concordem com a tese.
No Guarujá, por volta das 3h de hoje, dezenas de disparos efetuados contra o posto comunitário da PM no bairro Santa Cruz dos Navegantes (periferia da cidade) deixaram ferido o soldado Fernando da Silva Bezerra --alvejado com sete tiros--, quebraram vidros e atingiram móveis e computadores.
Em São Vicente, um grupo a bordo de uma perua Fiat Fiorino abriu fogo às 22h de ontem contra uma Sprinter que serve de base móvel da Polícia Militar e estava estacionada no cruzamento entre a Linha Amarela e a rodovia dos Imigrantes.
Quatorze tiros atingiram o veículo, mas nenhum acertou algum dos dois policiais de plantão. "Os disparos sequenciais deram aos policiais a impressão de que se tratavam de tiros de metralhadora", disse o major Edinaldo Cirino dos Santos. Os criminosos fugiram em direção à área continental (periferia do município), onde a Fiorino foi abandonada e incendiada.
Até o fim da tarde nenhum dos autores dos dois atentados foi preso. No Guarujá, investigadores estavam no encalço de quatro homens que à noite teriam se deslocado de Santos em direção ao município pelo serviço de travessia de balsas que liga as duas cidades.
Sem ligação
O delegado Milson Sérgio Calves, titular do município, diz não encontrar relação entre o caso de hoje e eventuais ações do PCC no município. Ele faz a avaliação com base no universo de 350 presos da cadeia local, a maioria, segundo afirmou, vinculada ao CDL (Comando Democrático da Liberdade), facção rival do PCC.
Para o promotor Márcio Sérgio Cristino, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público Estadual), os dois casos não indicam, necessariamente, uma opção do PCC pela Baixada Santista como base operacional.
"Não conheço nenhuma especificidade, a não ser o fato de se atribuir ao Gulu o domínio do PCC e o controle do tráfico na região do litoral", afirmou. Detido na penitenciária de Presidente Bernardes, Sandro Henrique da Silva Santos, o "Gulu", é um dos atuais líderes da facção criminosa.
Ocorrências
No último dia 5, a Polícia Civil prendeu em Santos Robson Lima Ferreira, o "Marcolinha", cujo apelido decorre dos estreitos laços que o unem a Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola", outra liderança do PCC encarcerada em Presidente Bernardes.
Em fevereiro, houve outra prisão de um acusado de manter vínculos com o PCC, o então presidente da torcida organizada Sangue Jovem, do Santos Futebol Clube, Ricardo Przygoda, acusado pela polícia de fazer negócios com tráfico de drogas para a organização.
O atentado ao fórum de São Vicente, que matou um estagiário de direito e deixou um vigia ferido, em fevereiro do ano passado, também foi atribuído ao PCC. Todos os acusados pelo crime foram presos. No mês anterior, também em São Vicente, um ônibus com 17 funcionários das penitenciárias 1 e 2 sofreu uma emboscada na rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Um agente morreu e oito ficaram feridos.
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