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08/11/2003 - 07h15

São Paulo registra mais quatro ataques contra a polícia

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da Folha Online

Quatro novos ataques contra a polícia de São Paulo foram registrados nesta madrugada na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Nenhum criminoso foi preso.

Em Guarulhos, na Grande São Paulo, três homens tentaram atacar a base da 2º Companhia do 31º Batalhão da Polícia Militar. Foram disparados alguns tiros que não chegaram a acertar a fachada do prédio. De acordo com a PM, os criminosos estavam num Monza preto.

Na Baixada Santista foram registrados dois ataques. Um contra uma base da Polícia Militar e outro contra uma delegacia. Em Santos, o posto policial localizado no bairro de Campo Grande foi atacado por um grupo armado que estava em duas motos. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido na ação.

Já em São Vicente, o prédio do 2º DP, que fica no bairro Cidade Náutica, foi alvo de mais de 20 tiros de calibre 38 e 40 disparados por homens que estavam num Gol vermelho. Um veículo estacionado no pátio da delegacia foi atingido.

Em Barueri, um posto da Polícia Rodoviária Estadual, que fica no km 13,5 do Rodoanel, foi atacado. De acordo com a polícia, os criminosos estavam num Monza branco e teriam fugido a pé após dispararem vários tiros contra a base. Houve troca de tiros. Ninguém ficou ferido.

Segundo levantamento da Secretaria da Segurança Pública, de domingo até hoje foram contabilizados 37 atentados contra as polícias que resultaram na morte de três policiais. Mais de dez pessoas ficaram feridas. Vinte e três suspeitos foram presos.

Reforço

Para evitar uma nova onda de ataques, as polícias terão o efetivo reforçado no fim de semana em todo o Estado. Segundo a Secretaria da Segurança, a atenção dos PMs está redobrada e atos de vandalismo não serão aturados.

Os policiais que estiverem nas ruas neste sábado e domingo contarão com o apoio de policiais que atuam em áreas administrativas, de acordo com o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt.

Em entrevista coletiva, o coronel da Polícia Militar, Washington Luiz Gaiotto, confirmou que o esquema de segurança será reforçado em todo o Estado. "Todo o nosso efetivo, mesmo aquele que, eventualmente, estaria de folga, estará empenhado nas ruas no final de semana", disse.

Medidas de segurança também serão tomadas no interior. Policiais foram orientados a andar em carros descaracterizados e que andem sempre com pelo menos mais um companheiro. As ruas em frente a delegacias terão o tráfego afunilado para que os carros circulem em baixa velocidade.

Blitze

A Polícia Militar realizou na noite desta sexta-feira uma megaoperação em todo o Estado com o objetivo de intensificar o policiamento extensivo e prevenir atos criminosos.

Mais de 7.200 homens participaram de blitze em 1.576 pontos, das 14h às 20h. Os policiais foram apoiados por 2.008 carros, 283 motos, cinco barcos, 61 bases móveis comunitárias, além de 24 cães.

O resultado das blitze ainda não foi divulgado.

Acusados

Seis acusados de cometer um atentado à base comunitária da Polícia Militar no Tremembé, zona norte de São Paulo, e que foram presos ontem, confessaram o crime, segundo a polícia. No ataque, ocorrido na madrugada da última segunda-feira, o cabo Pedro Cassiano da Cunha, 44, foi morto.

O grupo, formado por dois menores de idade e quatro maiores, foi preso depois de informações passadas ao Disque-Denúncia (telefone 0800-156315).

Com os acusados foram apreendidos uma escopeta, um fuzil calibre 762, uma carabina e dois revólveres. O responsável pelos disparos que mataram o cabo seria Geilson José dos Santos, o Gê.

Apesar do Deic acreditar que eles tenham recebido de um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) a ordem para realizar o ataque, o grupo nega.

O grupo preso também é suspeito de ter participado de uma outra ação contra o investigador Antônio Carlos Soares, 29, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

O carro do investigador foi encontrado em Guarulhos (região metropolitana), incendiado. Dentro havia um corpo carbonizado, que tem ainda um sinal de um tiro na cabeça.

Soares está desaparecido e a polícia acredita que o corpo carbonizado seja dele. A identificação só será possível com exame de DNA.

Segundo levantamento da Secretaria da Segurança Pública, de domingo até hoje foram registrados 33 atentados contra as polícias que resultaram na morte de três policiais. Mais de dez pessoas ficaram feridas. Vinte e três suspeitos foram presos.

RDD

Os ataques seriam uma forma de integrantes do PCC pressionarem o governo contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), adotado nos presídios de Presidente Bernardes, Avaré e Taubaté, onde estão os líderes da facção. No RDD são impostas regras mais rígidas aos presos. Eles ficam em celas isoladas, não têm direito a visita íntima e só podem tomar banho de sol uma hora por dia.

Uma lista de reivindicações foi entregue pelo PCC à direção do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP). No último dia 29, os presos Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, líderes do PCC, pediram audiência com o diretor do presídio para entregar uma lista de exigências que modificam o funcionamento do RDD e ampliam a variedade de itens de limpeza, de higiene e, principalmente, de alimentos que eles podem receber dos familiares.

Caso os pedidos não fossem atendidos em 30 dias, a organização daria início a "movimentos" dentro e fora das prisões. O RDD foi criado após a megarrebelião organizada pela facção criminosa em fevereiro de 2001, que atingiu 29 unidades prisionais.

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