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11/11/2003
-
04h19
FABIANE LEITE
da Folha de S.Paulo
A Justiça do Paraná julgou improcedente o pedido da Federação Espírita do Estado e do psiquiatra Alexandre Sech para proibir o escritor Austregésilo Carrano Bueno de falar sobre os supostos abusos que sofreu no hospital psiquiátrico Bom Retiro, vinculado à entidade.
A história de Bueno inspirou o filme "Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodanzky, estrelado por Rodrigo Santoro. O filme relata violências sofridas por um rapaz que, aos 17 anos, por ter fumado maconha, foi internado à força pelo pai em um manicômio.
"Que fale, que chore, que esperneie, que gesticule, que escandalize, que ponha para fora sua revolta para aprimorar o sistema psiquiátrico brasileiro", diz o juiz Sigurd Roberto Bengtsson, da 5ª Vara Cível de Curitiba, na sentença de 15 de outubro. Julgou improcedentes dois terços da ação.
O médico e a federação podem recorrer. A Folha deixou recado com secretárias da federação e do advogado do psiquiatra ontem, mas elas não ligaram de volta.
A federação e Sech entraram com uma ação em que solicitavam tutela inibitória para que Bueno não pudesse "prosseguir nas injúrias e difamações noticiadas", sob pena de multa diária de R$ 5.000. Também requisitavam que os nomes da federação, do hospital e do médico fossem retirados de futuros posfácios do livro de Bueno, "Canto dos Malditos", cuja venda está proibida.
Solicitavam ainda indenização por danos morais e materiais. Com a sentença de 15 de outubro, a tutela antecipada foi derrubada.
O juiz deferiu apenas o pedido para que o autor não mencione mais o nome de Sech, pois o médico não poderia responder sozinho pelos supostos abusos que ocorreram no hospital, explica. O escritor também terá de suprimir o nome de Sech do livro.
"Estou proibido de mencionar os nomes dos médicos, mas posso continuar criticando o sistema manicomial brasileiro", afirmou ontem Bueno.
Justiça veta "censura" a escritor de livro que inspirou filme brasileiro
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da Folha de S.Paulo
A Justiça do Paraná julgou improcedente o pedido da Federação Espírita do Estado e do psiquiatra Alexandre Sech para proibir o escritor Austregésilo Carrano Bueno de falar sobre os supostos abusos que sofreu no hospital psiquiátrico Bom Retiro, vinculado à entidade.
A história de Bueno inspirou o filme "Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodanzky, estrelado por Rodrigo Santoro. O filme relata violências sofridas por um rapaz que, aos 17 anos, por ter fumado maconha, foi internado à força pelo pai em um manicômio.
"Que fale, que chore, que esperneie, que gesticule, que escandalize, que ponha para fora sua revolta para aprimorar o sistema psiquiátrico brasileiro", diz o juiz Sigurd Roberto Bengtsson, da 5ª Vara Cível de Curitiba, na sentença de 15 de outubro. Julgou improcedentes dois terços da ação.
O médico e a federação podem recorrer. A Folha deixou recado com secretárias da federação e do advogado do psiquiatra ontem, mas elas não ligaram de volta.
A federação e Sech entraram com uma ação em que solicitavam tutela inibitória para que Bueno não pudesse "prosseguir nas injúrias e difamações noticiadas", sob pena de multa diária de R$ 5.000. Também requisitavam que os nomes da federação, do hospital e do médico fossem retirados de futuros posfácios do livro de Bueno, "Canto dos Malditos", cuja venda está proibida.
Solicitavam ainda indenização por danos morais e materiais. Com a sentença de 15 de outubro, a tutela antecipada foi derrubada.
O juiz deferiu apenas o pedido para que o autor não mencione mais o nome de Sech, pois o médico não poderia responder sozinho pelos supostos abusos que ocorreram no hospital, explica. O escritor também terá de suprimir o nome de Sech do livro.
"Estou proibido de mencionar os nomes dos médicos, mas posso continuar criticando o sistema manicomial brasileiro", afirmou ontem Bueno.
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