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13/11/2003
-
03h40
CHICO DE GOIS
da Folha de S.Paulo
Alguns dos jovens detidos na noite de segunda-feira por estarem em uma festa que, segundo a polícia de São Paulo, foi organizada para comemorar os atentados atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) acusaram policiais de abuso de autoridade.
Durante a ação, 147 pessoas foram detidas e passaram cerca de 12 horas no prédio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) para averiguação. Somente duas permaneceram presas, porque havia mandado de prisão contra elas.
A ação chegou a ser usada como exemplo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reação do Estado aos ataques da facção.
Um dos rapazes ouvidos pela Folha, que pediu para não ser identificado por temer represália, disse que perdeu o emprego após ter sua imagem veiculada na televisão e associada à facção. Segundo ele, a polícia "tratou todo mundo como bandido". Mesmo assim, ele afirmou que não pensa em processar o Estado.
O jovem conta que a festa, realizada em um bufê no Jardim Sapopemba (zona leste), era de aniversário de um morador do bairro.
Ontem, três rapazes ouvidos pela Folha disseram que "os policiais chegaram atirando". Um deles, que trabalha como motoboy, disse que "eles [os policiais] não respeitaram nem mesmo grávidas ou menores". Dos detidos, cerca de 30 eram mulheres.
O motoboy disse que ficou com vergonha dos vizinhos, já que agora todos pensam que ele é ligado ao PCC. Mesmo sem estar no evento, um padeiro, que também não quis se identificar, perdeu o emprego. Ele esteve no Deic porque seu irmão estava entre os detidos. Afirma que contou ao seu chefe o motivo do atraso. Ele, então, resolveu demiti-lo.
A assessoria de imprensa do Deic informou, por meio de uma nota, que a operação ocorreu porque a polícia recebeu informações de que haveria uma festa promovida pelo PCC para festejar o final de ano e o êxito dos atentados contra as polícias Civil e Militar.
Na segunda-feira, segundo a nota, moradores do Jardim Sapopemba pararam um carro para reclamar de uma festa onde os participantes estariam disparando rajadas, possivelmente de metralhadoras. "Ao chegarem ao bufê, os policiais foram recebidos a bala", afirma a nota. Como havia encontrado duas armas e 60 gramas de maconha no local, a polícia decidiu encaminhar todos para o Deic "para individualizar a conduta criminosa praticada".
Jovem detido em festa critica abuso policial
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da Folha de S.Paulo
Alguns dos jovens detidos na noite de segunda-feira por estarem em uma festa que, segundo a polícia de São Paulo, foi organizada para comemorar os atentados atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) acusaram policiais de abuso de autoridade.
Durante a ação, 147 pessoas foram detidas e passaram cerca de 12 horas no prédio do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) para averiguação. Somente duas permaneceram presas, porque havia mandado de prisão contra elas.
A ação chegou a ser usada como exemplo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reação do Estado aos ataques da facção.
Um dos rapazes ouvidos pela Folha, que pediu para não ser identificado por temer represália, disse que perdeu o emprego após ter sua imagem veiculada na televisão e associada à facção. Segundo ele, a polícia "tratou todo mundo como bandido". Mesmo assim, ele afirmou que não pensa em processar o Estado.
O jovem conta que a festa, realizada em um bufê no Jardim Sapopemba (zona leste), era de aniversário de um morador do bairro.
Ontem, três rapazes ouvidos pela Folha disseram que "os policiais chegaram atirando". Um deles, que trabalha como motoboy, disse que "eles [os policiais] não respeitaram nem mesmo grávidas ou menores". Dos detidos, cerca de 30 eram mulheres.
O motoboy disse que ficou com vergonha dos vizinhos, já que agora todos pensam que ele é ligado ao PCC. Mesmo sem estar no evento, um padeiro, que também não quis se identificar, perdeu o emprego. Ele esteve no Deic porque seu irmão estava entre os detidos. Afirma que contou ao seu chefe o motivo do atraso. Ele, então, resolveu demiti-lo.
A assessoria de imprensa do Deic informou, por meio de uma nota, que a operação ocorreu porque a polícia recebeu informações de que haveria uma festa promovida pelo PCC para festejar o final de ano e o êxito dos atentados contra as polícias Civil e Militar.
Na segunda-feira, segundo a nota, moradores do Jardim Sapopemba pararam um carro para reclamar de uma festa onde os participantes estariam disparando rajadas, possivelmente de metralhadoras. "Ao chegarem ao bufê, os policiais foram recebidos a bala", afirma a nota. Como havia encontrado duas armas e 60 gramas de maconha no local, a polícia decidiu encaminhar todos para o Deic "para individualizar a conduta criminosa praticada".
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