Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/11/2003 - 09h34

Polícia apura incêndio criminoso em mata de Campinas

Publicidade

da Folha de S.Paulo, em Campinas

Os administradores da maior área verde de Campinas (95 km de SP), a mata Santa Genebra, estão em estado de alerta contra os incêndios criminosos e pedem a ajuda da polícia para evitar novas queimadas.

O presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, Jonival Côrtes, encaminhou ao delegado seccional de Campinas, Miguel Voigt, um ofício para que se investigue "com rigor" os dois últimos incêndios no local, nos dias 24 de setembro e 6 de outubro.

Só nessas ocorrências, o fogo consumiu cerca de 11 hectares --ou 4,38% da área total da Santa Genebra, de 251 hectares. Técnicos da fundação estimam que a recomposição da flora e da fauna da área aconteça em um prazo de três anos a dez anos.

Segundo Côrtes, não há registro de incêndios desse porte na Santa Genebra desde 1981. Para ele, há fortes indícios fortes de que os dois incêndios sejam criminosos.

"No primeiro caso, já constatamos que o fogo não começou na borda, o que geralmente acontece nos incêndios acidentais, mas dentro da Santa Genebra. Quanto ao outro, a causa mais provável, por enquanto, é um balão", disse.

Desde o início do ano, foram registrados 27 incêndios de menor intensidade em áreas verdes situadas no entorno da mata.

Roubo

No ofício encaminhado à delegacia seccional, Côrtes afirmou ainda que também têm sido encontrados, dentro da área da reserva, objetos roubados, como fios de cabos telefônicos, peças de veículos e drogas.

Outro ponto ressaltado no documento é que a maioria dos incêndios e incidentes com objetos roubados ocorrem na parte da mata que fica na divisa com Paulínia, na estrada do Betel.

"Esse caminho está sendo usado como rota de fuga dos ladrões e como esconderijo dos objetos." Ainda de acordo com Côrtes, já está sendo fechada uma parceria entre as guardas municipais de Campinas e Paulínia para efetuar um patrulhamento específico conjunto na região. Para o presidente da mata Santa Genebra, ações de educação ambiental são fundamentais para combater os focos de incêndios na mata.

O delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas, Hamilton Caviolla Filho, afirmou que as investigações sobre as possíveis causas dos incêndios na Santa Genebra já começaram, mas que não há muita esperança de encontrar os responsáveis. "É o tipo de ocorrência de difícil esclarecimento, pois, de modo geral, os autores da ação não deixam muitos indícios."

Pesquisa

Um diagnóstico da relação entre a comunidade e a Fundação José Pedro de Oliveira, em 2001, em cinco bairros do entorno da mata apontou que quanto mais próximos estão da área, maior a preocupação dos moradores com a conservação da reserva. Entre os moradores do bairro Real Parque e Novo Real Parque, mais distantes da Santa Genebra, 28% disseram ver com indiferença o fato de residir nas proximidades.

O percentual cai para 8% e 10% quando se trata de moradores de bairros mais próximos, como o Recanto dos Pássaros e o Bosque do Barão, respectivamente. Para 50% dos habitantes desses bairros, a beleza da mata é considerada um privilégio.

Apenas 15% dos habitantes do Real Parque apontaram a beleza da reserva como fator positivo.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página