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17/11/2003 - 21h51

Polícia deve concluir inquérito da morte de casal nesta semana

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da Folha Online

O inquérito que investiga a morte dos estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, deve ser concluído nesta semana. Nesta segunda-feira foi realizada a reconstituição dos assassinatos e o documento final deve ser entregue à Justiça até a próxima sexta-feira.

A reconstituição, que começou às 8h30 e só terminou às 14h, foi acompanhada por peritos do Instituto de Criminalística de Taboão da Serra, entre eles a perita-chefe Angela Saporito, e pelo promotor Marcus Patrick de Oliveira Manfrin.

Para esclarecer pontos contraditórios nos depoimentos, o adolescente de 16 anos e Paulo César da Silva Marques, 32, o Pernambuco, foram levados à mata, já que eles seriam os autores dos assassinatos.

Liana foi violentada e torturada pelos acusados, segundo afirmaram policiais que investigam o crime. O garoto "idealizou o abuso contra Liana, oferecendo-a aos outros comparsas", disse o delegado Silvio Balangio Júnior, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra.

Felipe morreu com um tiro na nuca no último dia 2, e Liana, a facadas, na madrugada do dia 5, segundo a polícia. Ainda segundo a polícia, o adolescente foi o responsável por matar Liana e ajudou Pernambuco, a matar Felipe.

Reconstituição

Para garantir a integridade física dos acusados, a polícia fechou a estrada que dava acesso ao local. O medo era de que a população, revoltada com os acusados, tentasse agredi-los.

Segundo Saporito, os acusados apresentaram frieza ao descrever os assassinatos. "Parecia que eles estavam na varanda da casa deles, são totalmente frios, como se não fosse nada demais", disse.

A única novidade que apareceu durante a reconstituição foi a informação de que os estudantes tiveram que andar por cerca de 2 km com as cabeças cobertas por suas próprias toalhas.

Além de Pernambuco e do adolescente, foram detidos Antonio Matias de Barros, 48, Antônio Caetano Silva, 50, e Aguinaldo Pires, 41.

Os cinco devem responder por homicídio, sequestro, tortura e abuso sexual.

Reprodução
Os estudantes Felipe e Liana
Sequência

Os namorados estavam desaparecidos desde o último dia 31, quando foram acampar em um sítio abandonado de Embu-Guaçu. No dia 1º, o adolescente e Pernambuco seguiram para pescar na região quando viram o casal.

Na tarde do mesmo dia, Pernambuco e o adolescente abordaram os estudantes enquanto eles dormiam na barraca. A dupla, no entanto, se decepcionou ao não encontrar armas nem muito dinheiro e decidiu levar os namorados para a casa de Barros, na mesma região.

Durante o trajeto, Liana disse aos criminosos que sua família tinha dinheiro. A garota sugeriu que a dupla pedisse resgate e, depois, libertasse ela e seu namorado. Segundo a polícia, nesse momento, o adolescente decidiu matar Felipe e ficar com a menina.

Barros não estava em sua casa e os quatro seguiram, então, para a casa de Silva, que também não estava. No entanto, Pernambuco e o adolescente decidiram ficar e usar o local como cativeiro. Conforme a polícia, na noite do dia 1º, Pernambuco violentou Liana, enquanto Felipe permanecia em outro quarto. A garota, disseram os acusados, estava em estado de choque e não reagiu.

Tiro

Na manhã do dia seguinte, os quatro saíram para caminhar no meio do matagal. Pernambuco seguiu na frente com Felipe e matou o estudante, com um tiro na nuca. Liana, que estava com o adolescente, ouviu o tiro, mas não viu seu namorado morrer. Ao perguntar sobre Felipe, o adolescente disse para ela que o rapaz havia sido libertado.

No mesmo dia, Pernambuco fugiu para São Paulo e Liana ficou com o adolescente na casa de Silva. Conforme a polícia, ela foi violentada pelo adolescente.

No dia 3, Silva chegou em casa acompanhado por Pires e viram a estudante no local. O adolescente, então, apresentou-a como sua namorada, e ofereceu a menina para os colegas. A estudante foi violentada por Pires, segundo a polícia.

No mesmo dia, um irmão do adolescente disse para ele voltar para casa, porque sua mãe estava preocupada e havia "muita polícia" na região. O adolescente disse ao irmão que Liana era sua namorada. Disse também que a garota iria embora e que ele precisava acompanhá-la até a rodoviária.

Matagal

Na madrugado do dia 5, o adolescente levou a estudante até o matagal, onde tentou degolá-la. Depois, ainda de acordo com a polícia, golpeou a cabeça de Liana com uma peixeira. Quando a estudante caiu no chão, o adolescente ainda desferiu diversos golpes nas costas e no tórax da menina.

Os corpos das vítimas foram encontrados na última segunda-feira (10). Liana e Felipe mentiram sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.

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