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19/11/2003 - 22h44

Termina o 1º dia de julgamento de acusada de castrar meninos no PA

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da Folha Online

O primeiro dia de julgamento da dona-de-casa Valentina de Andrade, 72, acusada de liderar uma seita responsável pela castração e assassinato de meninos em Altamira (PA), terminou por volta das 20h40 desta quarta-feira.

Valentina negou as acusações e disse também não ser a líder da seita LUS (Lineamento Universal Superior), com sede na Argentina. Ela teria sido vista praticando rituais de magia negra. "Não sou capaz de matar uma galinha." Ela disse também não conhecer nenhum dos outros acusados.

Durante o juri foram exibidas duas fitas de vídeo periciadas. Em uma delas, considerada um dos principais trunfos da acusação e gravada em 1990, há cenas de Valentina presenteando seu então marido com uma pistola 9 milímetros e dizendo que "as balas são de prata, para matar vampirinhos", o que seria uma alusão às crianças. Ao assistir o vídeo, Valentina passou mal e precisou de atendimento médico.

Reuters
Valentina de Andrade
Valentina é a quinta e última suposta integrante do grupo a ser submetida ao júri popular, iniciado em 27 de agosto. Os outros quatro foram condenados a penas que variam de 35 a 77 anos de prisão --e anunciaram que irão recorrer da decisão.

Os crimes ocorreram entre 1989 e 1993, envolvendo garotos de 8 a 14 anos. O Ministério Público responsabiliza o grupo por 19 crimes --incluindo a castração de nove meninos e o assassinato de seis deles--, mas só cinco casos foram levados a julgamento.

O julgamento está marcado para ser reiniciado às 8h30 desta quinta-feira.

Defesa

O advogado de Valentina, Claudio Dalledone Junior, disse que sua cliente é inocente e entrou com pedido de suspeição contra o juiz Ronaldo Valle, presidente do júri. O pedido será votado na próxima segunda-feira e, se aprovado, poderá tornar nulo o julgamento.

"O juiz demonstrou desprezo em relação à defesa e tem chamado de 'manobras' as nossas faculdades legais", disse Dalledone.

O advogado também acusa a Polícia Federal de fazer uma "investigação paralela", que teria produzido provas que não poderiam ser admitidas no julgamento.

Valentina está presa no Centro de Recuperação Feminino, na região metropolitana de Belém, porque teria tentado fugir do país em setembro.

"Ela está encarcerada de forma desumana e já perdeu dez quilos. Ela está instável psicologicamente e precisa de atendimento médico", afirmou seu advogado.

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