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26/11/2003 - 16h33

Ameaças foram "terrorismo de direita", diz vice-prefeito de SP

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da Folha Online

Ameaças impediram, nesta quarta-feira, que o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo (PT), 81, ministrasse uma palestra para alunos do Colégio Santo Agostinho, na região da Liberdade. "É o puro terrorismo de direita", disse.

Quatro ligações recebidas pela escola, a partir das 7h30, informavam que uma explosão ocorreria, caso Bicudo realizasse a explanação. A polícia foi acionada e o evento, marcado para as 10h30, suspenso.

"Isso [as ameaças] pode ser de várias áreas, mas que é uma área evidentemente de direita, isso, para mim, não cabe dúvida. Agora, qual área é, eu não saberia dizer", disse Bicudo.

A palestra do vice-prefeito, presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos e especialista no tema, finalizaria um projeto interdisciplinar envolvendo a questão da violência urbana, da ética e dos direitos humanos.

Além da comissão, Bicudo também atua no Centro Santo Dias, na Comissão Teotônio Vilela e na Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos.

"Eu acho que é pura ameaça, provavelmente vazia, para criar um clima de medo e impedir que as pessoas expressem seus pensamentos", disse Bicudo.


Caio Guatelli/Folha Imagem
O vice-prefeito, Hélio Bicudo
O padre Abelardo Benito Rica, diretor do Colégio Santo Agostinho, não acredita que as ameaças tenham partido de alunos. "Para isso, alguma coisa deveria afetar o aluno, como uma prova".

Segundo ele, o homem, que ligou quatro vezes, em intervalos de aproximadamente meia hora, aparentava ter cerca de 40 anos. "Falaram para cancelar a atividade com o Hélio Bicudo. Não era nada com as atividades da escola". As aulas não foram suspensas.

Discussão

As causas da ameaça são desconhecidas. Segundo o padre Abelardo, a polícia revistou o local e não encontrou objetos suspeitos. Ninguém foi detido.

Para Bicudo, sua posição contra a pena de morte e contra a redução da maioridade penal pode ter motivado a ação desta quarta-feira. A discussão em torno dos temas cresceu após o assassinato dos estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19. Um dos cinco detidos sob acusação de envolvimento no crime é um adolescente de 16 anos.

"Talvez o que tenha motivado foi a posição de defesa de dispositivos constitucionais e legais."

Contra a pena de morte e a redução da maioridade penal, Bicudo classifica a discussão como "insustentável", do ponto de vista jurídico.

Ele também critica a proposta de alteração do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), apresentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).

Entre outros pontos, Alckmin propõe o aumento de três para até dez anos da pena de restrição de liberdade para o menor infrator. A pena para o adolescente que cometer crime grave ou violento seria de oito anos e, no caso de reincidência, até dez anos.

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