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27/11/2003 - 17h17

Presidente do STF apóia proposta de Alckmin para mudança do ECA

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, manifestou nesta quinta-feira apoio à proposta de alteração do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) apresentada recentemente pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Os dois estiveram reunidos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.

"Não estou vindo [a São Paulo] para agradar ninguém. Não há razões para isso. Mas de todos os projetos apresentados, esse [de Alckmin] é o mais tecnicamente adequado, sem risco de inconstitucionalidade e que dá à sociedade uma resposta imediata ao que está acontecendo. É claro, com as cautelas da jurisprudência e da lei", disse.

O governador de São Paulo entregou no último dia 19 ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), sua proposta de alteração do ECA. Entre outros pontos, Alckmin propõe o aumento de três para até dez anos da pena de restrição de liberdade para o menor infrator. A pena para o adolescente que cometer crime grave ou violento seria de oito anos e, no caso de reincidência, até dez anos.

A discussão em torno de alterações do ECA e da redução da maioridade penal se intensificou após o assassinato dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19. Um dos acusados pelas mortes é um adolescente de 16 anos.

O crime foi classificado pelo presidente do STF como "dramático, estúpido e selvagem".

Maioridade penal

Apesar de não defender diretamente a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o ministro Maurício Corrêa citou exemplos, ao longo da história do país, de punições a adolescentes.

"É importante dizer isso porque as pessoas acreditam que o Brasil sempre teve maioridade penal estabelecida aos 18 anos."

Corrêa citou também exemplos de patamares de responsabilização penal em outros países, como nos Estados Unidos.

"O Brasil pode reduzir o patamar da maioridade penal de 18 para 16? Tenho as minhas dúvidas", disse, afirmando que uma grande corrente doutrinária entende que a redução implica na violação da chamada cláusula pétrea (norma constitucional que não pode ser alterada).

"O Supremo ainda não Se pronunciou sobre isso. Provavelmente poderá se pronunciar a qualquer momento, se for provocado", disse.

Agenda

Corrêa participa de uma série de atividades, nesta quinta-feira, em São Paulo. Além de se encontrar com o governador, ele recebe o "Colar do Mérito Judiciário" no TRT e participa da abertura do 63º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, no Tribunal de Justiça do Estado.
 

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