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28/11/2003 - 09h34

Artigo: Liana e Eliana em mundos à parte

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BARBARA GANCIA
Colunista da Folha de S.Paulo

Engraçado. No ano passado, quando a sobrinha da minha empregada foi assassinada com 12 tiros à queima-roupa, não lembro de ter notado nenhuma comoção em torno do fato.

Ela se chamava Eliana, tinha 19 anos e morava no Jardim Riviera, que fica próximo ao Jardim Ângela. Os tiros desfiguraram seu rosto e o velório foi realizado com caixão fechado.

Devo estar precisando tomar ginko biloba, pois não me recordo de ter visto na TV qualquer reportagem com helicópteros da polícia sobrevoando o local onde Eliana foi morta. Tampouco me lembro da coletiva de imprensa com a polícia dando satisfações sobre o crime ou de ver a Hebe pedir a cabeça dos assassinos em seu programa. E, como a família de Eliana é evangélica, creio que o rabino Sobel não tenha ido ao enterro da moça prestar solidariedade ou manifestar indignação.

Passado mais de um ano, ninguém ainda descobriu quem matou Eliana. Pelo modo como foi morta, suspeita-se que ela tinha alguma dívida com traficantes. Mas, como as investigações foram encerradas prematuramente, ninguém sabe dizer o que houve.

Concedo que o advogado Ari Friedenbach, pai da garota Liana, assassinada em Embu-Guaçu, ainda esteja sob forte emoção por conta de tudo o que aconteceu. Mesmo assim, ouso dizer que ele deveria selecionar melhor as pessoas com quem anda. Luiz Antonio Fleury Filho, que o acompanhou na visita ao Congresso, é um dos homens de frente do lobby armamentista em Brasília. Só para entender melhor, lembro que a arma que matou o namorado de Liana pertencia a um dos acusados do crime. Pois bem, esse indivíduo já tinha sido preso por porte ilegal, mas fora solto em seguida, sem maiores explicações, e teve o processo arquivado.

O sr. Friedenbach deve ficar atento, pois pode estar sendo usado por grupos que agem movidos por interesses bem diferentes dos seus. E pode servir de fantoche em passeatas farsescas, que usam o lema da paz para pedir pena de morte e vingança.
**
Caso você ainda não tenha entendido o mais recente escândalo envolvendo o príncipe Charles, saiba que as tais imagens sobre seu "relacionamento gay" mostram um serviçal praticando no príncipe o que Paulo Francis chamava de "trabalho de sopro". Ora, se Charles tem alguém para colocar até pasta na escova de dentes, qual a novidade em descobrir que o futuro rei tem à disposição alguém que executa para ele o mais básico dos serviços?
 

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