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01/12/2003 - 04h27

Número de investigações é recorde, afirma corregedor

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da Folha de S.Paulo

Para o corregedor-geral da Polícia Civil de São Paulo, Rui Estanislau Mello, não houve falha no fato de o órgão não ter identificado, até a investigação do Ministério Pública e da Polícia Federal, a participação de policiais paulistas em grandes esquemas de corrupção descobertos neste ano.

Segundo Mello, a Corregedoria de São Paulo é um exemplo entre as corregedorias de outros Estados e o investimento no setor de inteligência, inclusive no monitoramente de policiais por escutas telefônicas, vai aumentar o controle sobre os agentes.

"Não podemos cobrir tudo. Mas tomamos todas as medidas quando fomos comunicados. Defendemos parcerias com outros órgãos", afirmou. Segundo ele, desde abril, duas divisões da Corregedoria usam o grampo telefônico --instrumentos utilizados nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público-- para monitorar policiais.

"Fizemos casos importantes, mas isolados. Com um setor de inteligência atuante, podemos montar uma rede e nos antecipar às denúncias", disse.

Mello salientou que o processo de estadualização da Corregedoria, iniciado em 2001, ainda está em andamento. Hoje, o órgão possui 570 policiais --480 na capital paulista e 90 no interior. São sete corregedorias auxiliares no interior e uma na Grande SP.

O corregedor negou que a Polícia Civil seja corporativa na investigação de seus integrantes, como sugeriu levantamento da socióloga Julita Lemgruber. O corregedor disse que não iria comentar a pesquisa por desconhecê-la, mas afirmou que houve um recorde de investigações abertas.

"Foram 1.623 inquéritos em 2003, com 206 policiais civis expulsos", disse o corregedor. Ele não soube informar o percentual das denúncias que acabou em punição do policial.

Ele também é contra a carreira própria para corregedor. "É importante passar por vários setores para conhecer a corporação. Sem isso, o policial fica muito bitolado", afirmou o corregedor.

Quanto à afirmação da Ouvidoria de que denúncias contra policiais de Guarulhos e São José dos Campos deixaram de ser investigadas, Mello disse que a situação está sendo apurada.

Ele afirmou que o delegado seccional de São José dos Campos, Roberto Monteiro de Andrade Jr., está sendo investigado em um inquérito e a situação do delegado seccional de Guarulhos, José Roque Américo, ainda está sendo analisada.

A reportagem não conseguiu localizar os dois delegados. A Secretaria da Segurança Pública indicou o delegado Marco Antonio Paula Santos, diretor interino do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), para falar em nome da Delegacia Seccional de Guarulhos.

Segundo ele, informação inicial aponta que as denúncias anteriores feitas pela Ouvidoria eram "genéricas", mas que será feito um levantamento dos casos. "Uma coisa é denúncia anônima, imprecisa, outra é denúncia com data e informações embasadas."

A assessoria da secretaria também informou que o delegado Andrade Jr. "somente irá se pronunciar após a avaliação da Corregedoria quanto à reabertura dos casos denunciados pela Ouvidoria em anos anteriores".

Em nota divulgada no dia de seu afastamento, o delegado negou irregularidades e afirmou que deixava o cargo para preservar a imagem da polícia de São José dos Campos.
 

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