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05/12/2003 - 08h20

Ouvidor denuncia mais policiais do Vale do Paraíba

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MAURÍCIO EIRÓS
da Folha de S.Paulo, em São José dos Campos

O ouvidor da Polícia Civil de São Paulo, Itajiba Farias Ferreira Cravo, entregou nesta quinta-feira 13 novas denúncias ao Ministério Público de São José dos Campos envolvendo policiais civis do Vale do Paraíba, em São Paulo.

Ferreira Cravo disse também que vai solicitar ao delegado geral de Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, o cancelamento de todas as 11 licenças-prêmios concedidas aos policiais suspeitos de participação no esquema ilegal de funcionamento de máquinas caça-níqueis na região.

Ele não revelou os nomes dos policiais que fazem parte das denúncias e também o conteúdo dos documentos, alegando que isso poderia prejudicar as investigações, mas disse que algumas não são anônimas. "Não contei a quantidade de policiais que são citados, mas certamente há mais de dez nomes."

As 13 denúncias se referem diretamente ao caso dos caça-níqueis, de acordo com Ferreira Cravo. "Estou remetendo agora porque os promotores entenderam que essas denúncias poderiam contribuir para a investigação. As denúncias são de 1999, exatamente a mesma data de quando esses policiais assumiram aqui. As denúncias atestam o que já foi investigado pelo Ministério Público. Mas há novidades, além do que foi ouvido no grampo", revelou o ouvidor, se referindo às 250 horas de gravações telefônicas autorizadas pela Justiça.

Ferreira revelou que a quadrilha também havia montado um esquema que poderia encobertar os policiais envolvidos, pois assim que as atitudes ficavam sob suspeita, os policiais eram trocados de cidade. "Essa movimentação também é suspeita e será investigada", disse. Entre as cidades citadas pelo ouvidor estão Jacareí, São José e Taubaté.

Ele disse que ainda não foi feito um pedido de prisão preventiva contra os policiais afastados por licença-prêmio e garantiu que tentará reverter o benefício dados aos 11 policiais.

Segundo o ouvidor, as denúncias foram recebidas pela Ouvidoria desde 1999. "Algumas das denúncias são novas para o Ministério Público, outras não, mas estão paradas não sei por qual razão", disse ele, afirmando que pediu ao Ministério Público que acompanhe sistematicamente o caso dos caça-níqueis. O ouvidor disse que solicitará ao "Ministério Público da região o acompanhamento direto do caso Izildinha", que segundo ele, ainda está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), em São Paulo.

Investigações

O crime ocorreu em 1997, em Jacareí, na época em que a Delegacia Seccional local era comandada pelo delegado Roberto Monteiro de Andrade Júnior. "O fato de a investigação desse caso (Izildinha) estar sendo apurada pelo DHPP indica que as investigações não estavam sendo bem feitas por aqui", disse o ouvidor.

As denúncias no caso caça-níqueis envolvem pelo menos 30 policiais que atuam na região. Segundo o Ministério Público, eles estariam cobrando propinas de comerciantes para manter em funcionamento cerca de 3.000 máquinas em São José e Taubaté.

De acordo com a Promotoria, a quadrilha movimentava cerca de R$ 600 mil por mês apenas em São José dos Campos. O Ministério Público acusa os policiais de formação de quadrilha, corrupção, concussão (extorsão praticada por funcionário público) e prevaricação. As denúncias foram encaminhadas à Corregedoria da Polícia Civil.
 

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