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05/12/2003 - 19h56

Entenda o caso dos meninos mutilados em Altamira (PA)

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da Folha Online

Meninos com idades entre 8 e 14 anos foram sequestrados, castrados e mortos em Altamira (777 km de Belém, PA), entre 1989 e 1993. De acordo com o Ministério Público, os crimes ocorreram em rituais de magia negra.

Dois médicos, um ex-policial militar, o filho de um empresário local e uma paranaense que supostamente lideraria uma seita ligada a magia negra foram acusados pelos crimes. Um sexto homem acusado de integrar o bando, também ex-policial militar, está foragido.

Segundo o Ministério Público, o grupo é responsável pela castração de nove meninos --seis deles foram mortos--, por cinco tentativas de sequestro e pelo desaparecimento de outras cinco crianças.

As crianças mortas e as três sobreviventes tiveram os órgãos genitais tirados com instrumento cirúrgico, segundo laudos periciais realizados na época. Algumas delas foram abusadas sexualmente.

A paranaense Valentina de Andrade seria a líder de uma seita, com sede na Argentina, chamada LUS (Lineamento Universal Superior). Ela é apontada, ainda, no desaparecimento de um menino e no assassinato de outro, no Paraná, em 1992. A seita seria acusada, na Argentina, de crimes não esclarecidos.

Julgamento

Quatro dos envolvidos foram condenados. O ex-policial militar Carlos Alberto dos Santos foi considerado culpado pelo Tribunal do Júri por um homicídio e duas tentativas, recebeu 35 anos de prisão. O comerciante Amailton Madeira Gomes foi considerado responsável por três homicídios e foi condenado a 57 anos de prisão.

O médico Anísio Ferreira de Souza foi condenado a 77 anos de reclusão pela participação em três assassinatos e duas tentativas de homicídio. Césio Flávio Caldas Brandão, também médico, foi condenado a cumprir 56 anos de prisão em regime fechado pelo envolvimento em três homicídios triplamente qualificados e por uma tentativa de homicídio.

As sentenças aplicadas aos acusados somam as penas dos crimes atribuídos a eles. Pelas leis brasileiras, porém, o período máximo de detenção é de 30 anos.

Nesta sexta-feira (5), após 17 dias de julgamento, a dona-de-casa Valentina de Andrade, 72, foi absolvida pelos jurados por seis votos contra 1.
 

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