Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/12/2003 - 19h07

Grupo de traficantes invade morro no Rio e mata oito rivais

Publicidade

da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha Online

Oito pessoas morreram e oito ficaram feridas na madrugada deste domingo durante a invasão ao morro do Dendê, na Ilha do Governador (zona norte do Rio), por um grupo formado por cerca de 20 traficantes armados. A invasão começou a 1h e provocou um tiroteio com criminosos rivais que durou até o fim da madrugada.

Dos oito mortos, sete foram identificados como sendo traficantes. Uma das vítimas seria o dono de um bar no morro. A invasão do grupo rival ainda deixou dois carros incendiados e outros dois metralhados.

No momento do ataque, moradores do morro se divertiam em um baile funk. Houve correria. Criminosos atiraram contra transformadores de energia e o fornecimento de luz na favela chegou a ser interrompido.

A Polícia Militar só subiu o morro de manhã, quando cerca de 50 homens do 17º Batalhão ocuparam os principais pontos do Dendê. No fim da tarde, apenas as ruas de acesso à favela estavam policiadas. Moradores do morro não quiseram falar com jornalistas sobre o conflito.

Os mortos no ataque foram identificados como Edson dos Santos Ribeiro, 26, Tiago do Nascimento Brás, 18, Marcos Antônio Félix, 29, Leandro Carvalho de Mendonça, 19, Hélio Júlio Ferreira de Lemos, 24, Roberto Oliveira Barbosa, 23, e um homem identificado como Rogério, o Feinho. José Nogueira da Silva, 43, era dono de um bar na favela.

Dos oito feridos, dois continuavam internados no final da tarde, Anderson Jorge Amoroso, 23, e Nelson Resende Carvalho. Os demais foram atendidos no Hospital Paulino Werneck (Ilha do Governador) e liberados.

"Guerra"

A "guerra" entre as quadrilhas do tráfico no Dendê, que pertencem à facção Terceiro Comando Puro, já dura mais de dois meses. No dia 29 de outubro, criminosos ligados ao traficante Edson Francisco Alves, 32, o Bizulai, mataram 12 pessoas do grupo de Claudecy de Oliveira, o Noquinha, 25.

Neste domingo, segundo a polícia, Noquinha, expulso do morro em outubro, promoveu um ataque-surpresa à quadrilha rival.

O objetivo do ataque de Noquinha, segundo a polícia, não era a retomada dos pontos-de-venda de drogas no Dendê. "A intenção é enfraquecer ao máximo o grupo de Bizulai", disse um policial. Para invadir a favela, o criminoso teria contado com a ajuda de traficantes ligados a Irapuan David Lopes, o Gangan.

A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança, Anthony Garotinho. Gangan, que controla o tráfico nos morros de São Carlos e Coroa (Estácio, zona central), Querosene (Rio Comprido, zona norte) e Serrinha (Madureira, zona norte), estaria protegendo Noquinha.

"Estamos intensificando nosso trabalho na Ilha. Mas há um conflito grande entre as facções criminosas na área desde a prisão do Ronaldo do Dendê. Há uma disputa por aquela área", afirmou Garotinho, referindo-se ao traficante Ronaldo Souza Costa, preso em outubro. Ronaldo é irmão de Romildo Souza Costa, o Miltinho do Dendê.

Para os policiais da 37ª DP, o confronto foi mais um capítulo de uma "disputa intermediária" entre gerentes do tráfico. Miltinho do Dendê, o verdadeiro chefe do tráfico no morro, estaria indiferente ao conflito.

"Quem vencer essa guerra vai continuar dando dinheiro ao Miltinho. É ele quem manda ainda", disse um investigador. Desde outubro, segundo a polícia, 28 pessoas envolvidas no conflito foram identificadas e tiveram a prisão preventiva decretada. Sete delas foram presas.

Leia mais
  • Garotinho diz que "guerra" no morro começou há 3 meses
  • Vingança pode ter sido a causa do tiroteio no Rio

    Especial
  • Veja mais sobre o tráfico no Rio
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página