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11/12/2003
-
22h00
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada na Câmara dos Deputados para apurar o tráfico de órgãos no país vai investigar denúncias contra médicos que trabalham em hospitais de São Paulo e Minas Gerais.
Há suspeita que profissionais da saúde desses dois Estados estejam envolvidos em um esquema de venda de órgãos humanos retirados de pacientes que teriam tido a morte acelerada.
A informação é do deputado federal Neucimar Fraga (PL-ES), cotado para presidir a comissão, que deve ser instalada na próxima semana. Fraga esteve nesta quarta-feira em Recife para conversar com o superintendente da Polícia Federal no Estado, Wilson Damázio.
O parlamentar disse que acompanha há sete meses os casos supostamente ocorridos em São Paulo e em Minas Gerais. Segundo ele, vários inquéritos foram abertos nos dois Estados, mas até agora ninguém foi punido.
Além da suspeita de que médicos estariam acelerando a morte de pacientes para extrair seus órgãos, Fraga disse que há indícios também de que cadáveres eram negociados por eles.
O deputado não sabe se haveria ligação entre os grupos que agiriam no Sudeste do país com a quadrilha internacional acusada de traficar rins, descoberta neste mês em Pernambuco.
Tráfico internacional
Até o momento, 12 pessoas haviam sido presas no Estado, acusadas de participar do esquema. A PF suspeita que pelo menos 30 pessoas foram aliciadas em um ano.
Os cooptados disseram à polícia que eram levados para a cidade de Durban, na África do Sul, e, em troca de quantias que variavam de US$ 6.000 a US$ 10 mil (R$ 18 mil a R$ 30 mil), aceitavam ter um rim extraído.
Dos 12 presos --entre eles dois israelenses e dois oficiais reformados da Polícia Militar pernambucana--, apenas um conseguiu um habeas corpus e responde o processo em liberdade.
Nesta quinta-feira, a Justiça Federal negou outros dois pedidos semelhantes feitos pelos advogados dos acusados. Foi concedido apenas o direito a um dos defensores de ter acesso aos autos do processo, que corre em segredo de Justiça.
A delegada federal Karla Gomes pediu a prisão preventiva dos envolvidos, que estavam detidos em regime de prisão provisória. O prazo para a detenção acaba à 0h desta sexta-feira.
A PF espera ouvir nesta sexta-feira Rogério Bezerra da Silva, que estava na África do Sul quando o esquema do tráfico em Pernambuco foi descoberto. Ele retornaria na noite desta quinta-feira ao Brasil.
Silva teria vendido um rim por US$ 6.000. O dinheiro, entretanto, teria sido confiscado pela polícia sul-africana.
CPI vai investigar esquema de venda de órgãos em SP e MG
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da Agência Folha, em Recife
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada na Câmara dos Deputados para apurar o tráfico de órgãos no país vai investigar denúncias contra médicos que trabalham em hospitais de São Paulo e Minas Gerais.
Há suspeita que profissionais da saúde desses dois Estados estejam envolvidos em um esquema de venda de órgãos humanos retirados de pacientes que teriam tido a morte acelerada.
A informação é do deputado federal Neucimar Fraga (PL-ES), cotado para presidir a comissão, que deve ser instalada na próxima semana. Fraga esteve nesta quarta-feira em Recife para conversar com o superintendente da Polícia Federal no Estado, Wilson Damázio.
O parlamentar disse que acompanha há sete meses os casos supostamente ocorridos em São Paulo e em Minas Gerais. Segundo ele, vários inquéritos foram abertos nos dois Estados, mas até agora ninguém foi punido.
Além da suspeita de que médicos estariam acelerando a morte de pacientes para extrair seus órgãos, Fraga disse que há indícios também de que cadáveres eram negociados por eles.
O deputado não sabe se haveria ligação entre os grupos que agiriam no Sudeste do país com a quadrilha internacional acusada de traficar rins, descoberta neste mês em Pernambuco.
Tráfico internacional
Até o momento, 12 pessoas haviam sido presas no Estado, acusadas de participar do esquema. A PF suspeita que pelo menos 30 pessoas foram aliciadas em um ano.
Os cooptados disseram à polícia que eram levados para a cidade de Durban, na África do Sul, e, em troca de quantias que variavam de US$ 6.000 a US$ 10 mil (R$ 18 mil a R$ 30 mil), aceitavam ter um rim extraído.
Dos 12 presos --entre eles dois israelenses e dois oficiais reformados da Polícia Militar pernambucana--, apenas um conseguiu um habeas corpus e responde o processo em liberdade.
Nesta quinta-feira, a Justiça Federal negou outros dois pedidos semelhantes feitos pelos advogados dos acusados. Foi concedido apenas o direito a um dos defensores de ter acesso aos autos do processo, que corre em segredo de Justiça.
A delegada federal Karla Gomes pediu a prisão preventiva dos envolvidos, que estavam detidos em regime de prisão provisória. O prazo para a detenção acaba à 0h desta sexta-feira.
A PF espera ouvir nesta sexta-feira Rogério Bezerra da Silva, que estava na África do Sul quando o esquema do tráfico em Pernambuco foi descoberto. Ele retornaria na noite desta quinta-feira ao Brasil.
Silva teria vendido um rim por US$ 6.000. O dinheiro, entretanto, teria sido confiscado pela polícia sul-africana.
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